O Dia Nacional da Imunização – comemorado em 9 de junho – ocorre, pelo segundo ano consecutivo, em meio à pandemia da COVID-19. Ao lado das campanhas de vacinação contra o novo coronavírus e também a gripe, a data marca a necessidade de a população redobrar a atenção com a imunização das demais doenças para as quais existe vacina, dado que as coberturas vacinais estão abaixo do desejado para todos os imunizantes.

Confira no gráfico abaixo:

cobertura
De acordo com o Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possui vacinas para mais de 30 doenças, disponibiliza cerca de 300 milhões de doses anualmente e possui cerca de 38 mil salas de vacinação distribuídas pelo território nacional para que a população possa se imunizar.

Deste quantitativo, em média mais de 100 milhões de doses são fornecidas anualmente por Bio-Manguinhos, que em 2020, mesmo em meio à pandemia, reforçou as entregas de vacinas contra sarampo, poliomielite e febre amarela.

Segundo o Ministério da Saúde, “o PNI foi instituído em 1975 (Lei nº 6.259), após uma determinação do Ministério da Saúde com base na experiência da vacinação contra a varíola na década de 60. A doença foi erradicada em razão da imunização em massa da população. Foi a partir desse momento que a vacinação começou a ser incentivada e ampliada no Brasil por meio do PNI. O resultado? A eliminação de outras cinco doenças: poliomielite, síndrome da rubéola congênita, rubéola, tétano materno e tétano neonatal”.

Além da varíola, a humanidade está perto de se livrar do flagelo da paralisia infantil, e para isto é necessário manter a vacinação contra a poliomielite. No Brasil, o imunizante é fornecido por Bio-Manguinhos.

O quase desaparecimento da doença não pode gerar o relaxamento com a vacinação e a manutenção de altas taxas de cobertura vacinal. Foi o que ocorreu recentemente com o sarampo, por exemplo. Cinco anos apenas após ser declarado como livre da doença, em 2021 o Brasil registrou 235 casos confirmados.

O PNI é um programa robusto, que pode livrar o brasil destas e de outras doenças. Alguns de seus números comprovam isto:

• 48 produtos imunobiológicos disponíveis (entre vacinas, soros, imunoglobulinas etc);

• 17 vacinas para crianças, 6 para adolescentes, 6 para adultos e idosos, e 4 para gestantes;

• Vacina COVID-19: Três fabricantes – (AstraZeneca/Fiocruz; Coronavac/Butantan; e Pfizer)

• Em média, cerca de 300 milhões de doses distribuídas ao ano (sem contar o cenário da campanha da COVID-19);

• 38 mil salas de vacinação, podendo chegar a 50 mil em períodos de campanha;

• 52 Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE);

• Rede de frio composta por 27 Centrais Estaduais, 273 Centrais Regionais e centrais municipais, responsáveis pelo armazenamento das doses;

• Mais de 114 mil profissionais de saúde atuando nas salas de vacinação.

Vacinação de rotina durante a pandemia

A COVID-19 impactou a cobertura vacinal não apenas no Brasil. Em todo o mundo, pelo menos 80 milhões de bebês e crianças corriam o risco de contrair doenças como sarampo, difteria, rotavírus, meningite meningocócica, caxumba, poliomielite e febre amarela, dentre outras. O alerta foi dado em maio de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Unicef e o Gavi – aliança global pela imunização por vacinas.

De acordo com dados divulgados pelas agências, em colaboração com o Instituto Sabin, a rotina de vacinação foi “severamente prejudicada” em pelo menos 68 países, afetando majoritariamente as crianças com idade inferior a um ano.

Os locais com registros de interrupção – seja moderada, graves ou a suspensão total das atividades de vacinação – eram mais que a metade (53%) dos 129 países em que os dados estavam disponíveis. “É a maior ruptura dos programas de imunização desde 1970, quando se iniciaram campanhas globais”, relatou a OMS.

Para enfrentar o desafio, também em 2020 o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm) e Pediatria (SBP) lançaram a cartilha digital Pandemia COVID-19: o que muda na rotina das imunizações, com o objetivo de mostrar à população como ir a uma unidade de saúde e posto de vacinação com segurança e que protocolos os serviços de imunização públicos e privados devem seguir para atender o público.

A SBIm também divulgou Nota Técnica sobre recuperação de doses atrasadas em decorrência da pandemia.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Pixnio.

 

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