vacinas erradicacao polioApós a erradicação da varíola, fruto de campanhas de vacinação em massa, a próxima conquista de saúde pública decorrente da imunização está próxima: o fim da poliomielite.Atualmente, no cenário global da enfermidade, existem apenas dois países com circulação endêmica de poliovírus, o Paquistão e o Afeganistão. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 01 de janeiro a 29 de setembro de 2020 relevam 121 casos registrados, sendo 47 no Afeganistão e 74 no Paquistão.

A erradicação da pólio está próxima, mas para isto será necessário fazer uso das vacinas, e em todo o globo, não apenas nos dois países.

No Brasil, a doença é conhecida desde o início do século XX, mas só passou a chamar a atenção da opinião pública na década de 1950, quando epidemias atingiram algumas das principais cidades do país. Demoraram-se cerca de 30 anos até que, a partir de 1980, a poliomielite - a partir de intervenções e iniciativas internacionais de controle e erradicação - passou a ser combatida pelo setor Saúde no Brasil.

Isso se deve em parte à novas estratégias de imunização, como a das mobilizações nacionais em dias específicos – necessária para gerar a imunidade coletiva no caso do uso da vacina oral – e também a produção da vacina, orientada estrategicamente pelo Estado brasileiro para Bio-Manguinhos, laboratório público da Fiocruz, portanto do Ministério da Saúde.

Em 1981, foi firmado um acordo de cooperação técnica entre os governos do Brasil e do Japão, tendo como objetivo a transferência de tecnologia de produção das vacinas contra sarampo (Biken Institute) e poliomielite (Japan Poliomyelitis Research Institute) para Bio-Manguinhos, que passou a fornecer ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) as doses necessárias para a realização das campanhas de mobilização e vacinação.

Em 1989, ocorreu o último caso de poliomielite por vírus selvagem no Brasil, no município de (PB), e em 1994 o Brasil obteve o certificado da Opas da eliminação da poliomielite. Para ser preservada, esta conquista da saúde pública brasileira precisa que sejam mantidas as altas taxas de cobertura vacinal na população-alvo das vacinas contra poliomielite (a injetável, de vírus inativado; e a oral – gotas – de vírus atenuado).

‘Dia D’ e metas de vacinação para poliomielite em 2020

O Ministério da Saúde informou a necessidade de cerca de 11 milhões de crianças de um ano a menores de 5 anos de idade serem vacinadas com a vacina poliomielite oral, desde que já tenham recebido as três doses da vacina poliomielite inativada. O Ministério da Saúde espera vacinar pelo menos 95% das crianças.

Segundo a pasta, “as coberturas vacinais municipais ainda são heterogêneas e pode levar a formação de bolsões de pessoas não vacinadas, possibilitando a reintrodução do poliovírus. Dessa forma, a campanha se justifica para reduzir os bolsões de não vacinados e proteger a população contra a doença”. O DIA D de vacinação ocorre no sábado 17 de outubro.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Isabela Pimentel.

 

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.