A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em 13 de janeiro listagem do que classificou como “desafios urgentes e globais à saúde”. Elaborada com a contribuição de especialistas de todo o mundo, a lista reflete riscos à “vidas, meios de subsistência e economias”.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “precisamos perceber que a saúde é um investimento no futuro. Os países investem pesadamente na proteção de seus povos contra ataques terroristas, mas não contra o ataque de um vírus, que poderia ser muito mais mortal e muito mais prejudicial econômica e socialmente”.

Ghebreyesus afirma ainda que com a aproximação do prazo para se alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030, “a Assembleia Geral das Nações Unidas destacou que os próximos 10 anos devem ser a ‘década da ação’ ”.

Entre os 13 desafios listados, estão a expansão do acesso à medicamentos, a paralisação das doenças infectocontagiosas, a preparação para as epidemias e o estabelecimento da confiança pública para as ações de saúde.

Em “Expandir o acesso a medicamentos”, a OMS afirma que ao menos terço da população mundial não tem acesso a medicamentos, vacinas, ferramentas de diagnóstico e outros produtos essenciais para a saúde.

“O baixo acesso a produtos de saúde de qualidade ameaça a saúde e a vida, o que pode colocar em risco os pacientes e alimentar a resistência aos medicamentos. Medicamentos e outros produtos de saúde são a segunda maior despesa para a maioria dos sistemas de saúde, depois dos profissionais de saúde, e o maior componente da despesa privada em saúde nos países de baixa e média renda”, relata a Organização.

A OMS ressalta que “concentrará seu foco em áreas prioritárias para o acesso global”. De acordo com a entidade, “isso inclui combater produtos falsificados e abaixo do padrão; melhorar a capacidade dos países de baixa renda de garantir a qualidade dos produtos médicos em toda a cadeia de suprimentos e melhorar o acesso ao diagnóstico e tratamento de doenças não transmissíveis, incluindo diabetes”.

Em “Parando doenças infecciosas”, a OMS avalia que doenças como HIV, tuberculose, hepatites virais, malária, doenças tropicais negligenciadas e infecções sexualmente transmissíveis “matarão cerca de 4 milhões de pessoas em 2020” e que “doenças evitáveis por vacinação continuam a matar, como o sarampo, que tirou 140 mil vidas em 2019, muitas delas crianças”. E informa ainda que “embora a poliomielite tenha sido levada à beira da erradicação, houve 156 casos de poliovírus selvagem no ano passado, o maior número desde 2014”.

Segundo a OMS, é preciso o “fortalecimento da imunização de rotina... investir em pesquisa e desenvolvimento de novos diagnósticos, medicamentos e vacinas”.

Em “Preparando-se para epidemias”, a entidade afirma que “todos os anos, o mundo gasta muito mais em resposta a surtos, desastres naturais e outras emergências de saúde do que prevenindo-os” e que “doenças transmitidas por vetores como dengue, malária, zika, chikungunya e febre amarela estão se espalhando à medida que as populações de mosquitos se deslocam para novas áreas, afetadas pelas mudanças climáticas”.

Em “Ganhando confiança pública”, a OMS lista o desafio é elevar a confiança das populações para que “os pacientes confiem nos serviços de saúde e sigam o conselho de um profissional de saúde - em torno de vacinas, tomar medicamentos ou usar preservativos”.

Para a OMS, “a saúde pública está prejudicada pela disseminação descontrolada de informações erradas nas mídias sociais” e que “o movimento anti-vacinação tem sido um fator significativo no aumento de mortes em doenças evitáveis”.

A Organização afirma que “construir alfabetização científica e educação em saúde é vital. Também há necessidade de auto-reflexão: os cientistas e a comunidade de saúde pública precisam fazer um trabalho melhor ouvindo as comunidades que atendem”.

 

Jornalista: Paulo Schueler, com informações da OMS

 

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