Para debater a epidemiologia molecular dos rotavírus após a introdução da vacina Rotarix® pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), o projeto de Gestão do Conhecimento de Bio-Manguinhos, em parceria com o Laboratório de Controle Microbiológico (Lacom), promoveu mais um encontro da linha Conexão Tecnológica.

O pesquisador titular do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz (LVCA-IOC/Fiocruz), José Paulo Gagliardi Leite, ministrou a palestra, apresentando estudos sobre a circulação de genótipos antes e após a introdução da vacina monovalente (Rotarix®). Esta vacina é produzida por Bio em parceria com o laboratório GSK. O imunobiológico é de origem humana, oferecida em duas doses e constituída pelo rotavírus da cepa G1P[8].

 

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José Paulo apresentou dados que comprovam a dminuição de casos de mortalidade
infantil após a introdução da vacina de rotavírus - Imagem: Ascom/Bio-Manguinhos


Ele introduziu sua apresentação mostrando os principais sintomas, sendo a mais preocupante a diarreia aguda. A diversidade de genótipos é grande: são 37 P genotipos e 27 G genotipos. José Paulo mostrou os mecanismos evolutivos do rotavírus, que apresenta mutação pontual e rearranjo genético. José Paulo mostrou ainda que vários rotavírus com outros genótipos, diferentes da cepa vacinal, têm circulado no Brasil. No entanto, não há evidências de que a efetividade da vacina contra diarreia grave por rotavírus tenha sido afetada.

Ele comparou a vacina produzida por Bio à pentavalente (Rotateq Merck®), de origem humana bovina e oferecida em três doses. O pesquisador mostrou como as imunizações contribuíram para reduzir não só os casos da doença, como a extrema pobreza e a mortalidade infantil. “Foi introduzida pelo menos uma vacina de rotavírus em 16 países das Américas e houve redução de 28% a 30% de mortes de crianças de 0 a 5 anos. Em 2008, aconteciam mais de 1200 casos ao ano e em 2001 diminuiu para cerca de 850”, declarou o pesquisador, afirmando que a adoção da vacina teve um impacto positivo e é recomendada a sua continuidade pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS).

Concluindo sua apresentação, o especialista afirmou que a genotipagem continua sendo importante para monitorar a circulação do rotavírus e é um instrumento da vigilância epidemiológica.

 

Jornalista: Gabriella Ponte

  

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