estudo-e-trabalho-100x100Quem trabalha e estuda ao mesmo tempo em Bio-Manguinhos enfrenta um grande desafio: ter um ótimo desempenho, deixando o Instituto satisfeito, e, simultaneamente, estudar com alto grau de rendimento nos cursos de especialização oferecidos na unidade, como o MPTI e o MBBio.

Trata-se de um período que exige motivação e garra para ser levada adiante e o principal objetivo é o crescimento na carreira, alinhamento com as diretrizes institucionais, integração com outras áreas, tornando-se um profissional bem qualificado.

Cientistas afirmam que o cérebro para o aprendizado funciona melhor de manhã, justamente no turno que Bio-Manguinhos incentiva seus colaboradores a se dedicarem aos estudos. O funcionário é dispensado para estudar e não paga pelas horas que esteve fora do trabalho. De alguma forma, acaba fazendo com que a pessoa aprenda a administrar melhor o seu tempo e suas prioridades, além de ser valorizado pelo Instituto.

O investimento em qualificação de Bio-Maguinhos, que possui cerca de 1.500 funcionários, acontece através do Mestrado Profissional em Tecnologia de Imunobiológicos (MPTI) e do curso de especialização em Gestão Industrial de Imunobiológicos (MBBio), promovido em parceria com a Coppe/UFRJ. Ambos abrem inscrições a cada dois anos e possuem somente 20 vagas cada. Os interessados são convidados pelas chefias e devem passar pelos critérios do processo de seleção.

A gerente do Departamento de Recursos Humanos, Gilcelia Marques, frisa que a capacitação técnica está ligada estrategicamente ao crescimento de Bio-Manguinhos. “O estímulo que damos aos funcionários é essencial para mantermos a qualidade de nossos produtos, que têm tecnologia de ponta. Para continuarmos avançando com a velocidade que o mercado demanda é importante este investimento”, pontuou.

 

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Gilcelia frisa que a capacitação técnica está ligada estrategicamente ao crescimento de Bio

 

Ela acrescenta que há também a questão da satisfação pessoal, já que muitos projetos acadêmicos acabam sendo implementados em suas áreas de atuação. “Este esforço se faz necessário para uma conquista significativa. A recompensa é gratificante, não somente em questão de aumento salarial mas o sentimento de superação de mais uma etapa. É importante durante esse processo desgastante focar em sua meta profissional”, recomendou a gerente.

Durante o curso, a equipe que trabalha com o estudante, incluindo a chefia, deve ajudar e apoiar a capacitação do funcionário. “Se a sua atribuição é muito específica, é necessário um planejamento durante o período de aulas para que seu setor consiga funcionar plenamente e alcançar as metas estabelecidas. O pleno cumprimento de suas atividades é a contrapartida do aluno. Infelizmente, o chefe só pode liberar um funcionário por vez, justamente para não prejudicar o setor”, afirmou Gilcelia.

 

Histórias de funcionários/estudantes

O chefe-substituto do Laboratório de Experimentação Animal (Laean), Rodrigo Müller, tem 33 anos e trabalha em Bio-Manguinhos há oito. Ele concluiu o MPTI em 2009 e começou as aulas de MBBio em 2012 e isso, certamente, o destaca dentro da unidade.

 

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Rodrigo Müller acredita que vale a pena o esforço pois depois tem o reconhecimento

 

Rodrigo explica como foi sua rotina e quais foram suas dificuldades. “As aulas eram pela manhã e trabalhava na parte da tarde. Era difícil manter este ritmo, mas o conhecimento adquirido valeu muito a pena. Tem que haver dedicação, já que também tinha que estudar à noite e cuidar da minha família. Acredito que tudo isso depois é revertido em reconhecimento da equipe do laboratório e espera-se um melhor desempenho fruto de mais conhecimento institucional”, detalhou.

Já a história do biotecnologista Luiz Gustavo Almeida Mendes é bem diferente. Ele está há cinco anos na Fiocruz mas somente em maio foi contratado. “Entrei como estagiário e passei a ser bolsista do MPTI. Com isso, tive o reconhecimento da chefia do Laboratório de Tecnologia Virológica (Latev) e fui efetivado. O mestrado foi extremamente importante para o meu crescimento profissional”, contou.

 

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 "O mestrado foi importante para meu crescimento profissional", diz Luiz Gustavo Mendes

 

O biotecnologista é solteiro e não tem filhos, mas enfrenta desafios para controlar seus horários de estudo e trabalho em Bio. “O lado positivo é a compreensão da minha chefia ao ter que me ausentar do laboratório,mas justamente por estar tendo essas aulas o conhecimento é cobrado na prática. A maioria dos trabalhos é em grupo e isso dificultou muito. Defendi minha dissertação em maio, que foi uma pesquisa sobre uma vacina contra dengue tetravalente recombinante”, disse Mendes, que pretende fazer doutorado futuramente.

Ambos reconhecem que o investimento do Instituto em seus funcionários, levando em consideração que cursos como esse custam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil no mercado, é um benefício diferenciado.

 

MPTI tem objetivo de desenvolver corpo funcional qualificado

A coordenadora do MPTI, Sheila Farage, comenta que o objetivo maior do curso é o desenvolvimento de um corpo funcional permanentemente qualificado. O MPTI capacita gestores para otimizar processos produtivos, controle e garantia da qualidade, redução de custos e a implantação de processos de melhoria contínua. Focamos na formação de profissionais multiplicadores de seus conhecimentos, disseminadores de informações, inovadores, participativos e gestores de qualidade”, afirmou.

Para o universo da unidade, o mestrado é de extrema importância. Afinal, nem todos os interessados passam sequer no processo de seleção e completa-lo requer dedicação. “Queremos elevar o nível de padrão científico-tecnológico. O diretor Artur Couto incentiva os chefes dos setores a liberarem os funcionários interessados em participar”, completou a coordenadora.

O curso tem, ao todo, 1.440 horas de carga horária podendo ser concluído em até dois anos (são 600 horas de créditos acadêmicos e 840 horas de pesquisa e dissertação). Segundo Farage, há um projeto que pretende diminuir a carga horária do curso. “Queremos elevar a qualidade e enxugar a quantidade de horas. Inicialmente, o curso tinha sido estruturado para pessoas que tinham apenas o conhecimento básico. Agora, queremos manter somente as matérias mais técnicas com informações específicas que não são contempladas em um curso de graduação”.

Por ser um curso longo, seria normal que os alunos, por trabalharem e estudarem, faltassem muito ou se atrasassem, mas não é o caso de Bio. “Acho inadmissível. Mantenho os alunos na linha. O mínimo de presença exigido é de 75%. Até hoje ninguém foi reprovado por falta. E as meninas que ficaram grávidas no meio do curso conseguiram concluir a carga horária exigida antes de cumprirem licença maternidade, defendendo suas dissertações assim que retornaram”, comentou Farage.

 

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A coordenadora Farage quer elevar o nível de padrão científico-tecnológico do mestrado

 

Curiosidades sobre o MPTI

O MPTI, que completou 10 anos em março, já titulou 90 pessoas. A sexta turma, que começou em março, é composta por 17 alunos. Doze profissionais que concluíram o MPTI foram para o doutorado. Até hoje, só houve uma desistência.

De todo o universo de titulados que vieram de outras empresas, 19 acabaram sendo absorvidos por Bio-Manguinhos. Ou seja, o Instituto busca profissionais no mercado, qualifica-os e acaba agregando-os à equipe técnico-científica.

Waldemir de Castro Silveira, aluno da primeira turma, ganhou com sua dissertação Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS 2006 (Ministério da Saúde - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos - Departamento de Ciência e Tecnologia). Sua conquista foi na categoria “Mestrado”, intitulado “Desenvolvimento de teste diagnóstico rápido para detecção de rotavírus além da bolsa de Produtividade Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq - Nível 2”.

 

Imagens: Ascom/Bio-Manguinhos 

Jornalista: Gabriella Ponte 

 

 

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