Investir continuamente em tecnologia e pesquisa, capacitar mão de obra e cumprir as demandas da Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto iniciou a apresentação da primeira mesa de debates na abertura do Seminário Anual Científico e Tecnológico, realizada na manhã de hoje (12/8), no auditório do Museu da Vida, no campus de Manguinhos. Artur relacionou o crescimento da unidade ao novo cenário que vive o país. “Com a construção do nosso Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos (CIPBR) , do Novo Centro de Processamento Final Integrado (NCPFI) e o início das operações na unidade no Ceará, estamos nos fortalecendo para atuar de forma cada vez mais estratégica”, ressaltou.

 

O presidente do Conselho Político e Estratégico de Bio, Akira Homma, destacou o compromisso do Instituto no fomento à pesquisa e inovação científica, em especial na área de imunobiológicos. “Ter este espaço de debate, em um evento anual, vai ser de grande importância, não só para a Fiocruz, mas para todo o Brasil”, declarou.

  

Tema estratégico

O secretário de ciência, tecnologia e insumos estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, apresentou um panorama da saúde pública nacional e a importância da busca contínua por inovação, especialmente na área de biotecnologia, apontada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) como uma das mais promissoras áreas de fronteira do conhecimento. Isso se reflete no recente acordo de 27 novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), entre laboratórios públicos e privados, articuladas pelo Ministério da Saúde, que vão resultar na produção nacional de 14 remédios biológicos. Destes acordos, oito envolvem Bio-Manguinhos. “A questão científica e tecnológica está no centro dos debates da política nacional e isso é reflexo da semente lançada pela Fiocruz, que já começa a render bons frutos”, ponderou.

 

Nesta mesma linha, o presidente da Fundação, Paulo Gadelha, relacionou os marcos para a saúde em 2013 ao cenário favorável quanto aos debates sobre ciência e tecnologia. “Comemoramos neste ano os 60 anos de criação do Ministério da Saúde, 25 anos do SUS e 40 anos do Programação Nacional de Imunizações (PNI). Notamos que a Fiocruz tem cada vez mais papel estratégico no Complexo Industrial da Saúde, o que se traduz no crescimento das parcerias nacionais e internacionais”, afirmou.

 

Programa nacional: referência mundial

A coordenadora do PNI, Carla Domingues, apresentou os desafios, gargalos e perspectivas da vacinação no país. Domingues lembrou o início tímido do programa, em 1973, como parte do conjunto de medidas para redirecionar a atuação do governo às demandas do Programa Ampliado de Imunizações (PAI), da Organização Mundial de Saúde (OMS). “O programa, que começou com apenas quatro vacinas e era associado apenas às campanhas voltadas para o público infantil, se tornou referência mundial ao superar o desafio de obter amplas coberturas vacinais e elevadas taxas de imunização em um país de dimensões continentais”, contou.

 

A coordenadora relacionou o sucesso do projeto, o segundo a receber mais investimentos do Ministério da Saúde, ao fortalecimento do SUS e à realização de campanhas nacionais de vacinação, que contribuíram para a redução da morbimortalidade. “A capacidade de vacinar brasileiros de todas as classes, sem distinção, nos diferencia de todos os outros países e isso é reflexo da elevada capacidade dos laboratórios públicos atenderem prontamente nossas demandas”, acrescentou.


O sucesso do PNI se traduz nas altas coberturas vacinais alcançadas e na queda no número de registro de doenças como rubéola, que teve o último caso autóctone em 2009. Como um dos desafios atuais, ela destacou o combate à poliomielite e ao sarampo, esta última com muitos casos notificados na África e na Europa, de forma endêmica. “Percebemos uma inversão no cenário tradicional. Os países em desenvolvimento tem sido o foco de transmissão do sarampo”, concluiu.


O assessor científico sênior de Bio-Manguinhos, Reinaldo Menezes, relacionou a inclusão de novas vacinas no PNI às mudanças no quadro epidemiológico. “Temos que estar atento aos cenários e nos antecipar. Um das potencialidades é explorar as vacinas combinadas”, afirmou.


Reforço na prevenção

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações do Rio de Janeiro (SBIm), Isabella Ballalai, destacou a importância de conscientizar os públicos-alvo sobre o papel das vacinas na prevenção de doenças. “Temos que trabalhar também informando os médicos, para que sensibilize os pacientes e nos ajude a contribuir para o sucesso das ações do PNI”, defendeu.

 

A diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Helena Sato, contou as experiências e desafios do trabalho de imunização e como ela é necessária para a superação dos desafios da saúde pública no Brasil.

  

Jornalista: Isabela Pimentel

 

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