“Entre 1997 e 2007, o número de artigos brasileiros em publicações científicas internacionais mais que dobrou, chegando a 19 mil por ano − mais que Holanda e Suíça. A participação brasileira nas publicações científicas internacionais subiu de 1,7%, em 2002, para 2,7%, em 2008.” Esses são alguns dos indicadores apresentados pela reportagem a partir de dados do Relatório Unesco sobre Ciência 2010.

Outro indicador importante é o aumento na quantidade de pesquisadores no Brasil por milhão de habitantes, que subiu de 401, em 2000, para 657, em 2007.

De acordo com a revista, a “cooperação de pesquisadores brasileiros com seus colegas europeus nas duas organizações contribuirá para elevar os índices do país no ranking de colaboração científica internacional (...) O momento, no entanto, é bom para subir degraus”.

“A ciência no Brasil já atingiu um patamar que facilita as parcerias internacionais, e há muita gente de outros países interessada em parcerias em áreas como bioenergia e agricultura, entre outras”, disse Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

A reportagem cita como exemplo do aumento do interesse internacional pelo Brasil como parceiro de pesquisas a criação, em 2010, de um escritório local do Centre National de La Recherche Scientifique (CNRS) da França, principal instituição estatal francesa de fomento à pesquisa, com orçamento anual de 3,4 bilhões de euros.

“É um esforço de mão dupla. Além de identificar oportunidades de conjugação de esforços, o escritório também exibirá mais claramente a realidade brasileira para os franceses. Mostrará que aqui também há pesquisadores, instituições e estruturas de pesquisa de primeira linha”, disse Jean Pierre Briot, diretor do escritório sediado no Rio de Janeiro.

Mas a reportagem ressalta que não basta se tornar mais internacional. “Para render os efeitos econômicos e sociais esperados das economias do conhecimento, a pesquisa e a ciência brasileiras precisam enfrentar ainda o desafio de integrar-se mais decididamente à atividade econômica privada, criando raízes nas empresas de forma a gerar inovação em produtos e serviços oferecidos no mercado.”

“Nessa área, parece haver ainda longo caminho a ser percorrido. Afinal, lembra Brito Cruz, em 2009 foram concedidas, nos Estados Unidos, exatas 103 patentes a inventores brasileiros − apenas cinco a mais do que em 2000 (inventores indianos, por comparação, registraram 679 patentes em 2009, ante 131 em 2000)”, disse a revista.

De acordo com o estudo da Unesco, em 2008 o setor público ainda respondia por 55% do investimento bruto em pesquisa no Brasil, cabendo às empresas os 45% restantes – na União Europeia, o índice correspondente ao setor privado atinge 65% do total.

“Na opinião de Brito Cruz, o menor desenvolvimento da pesquisa empresarial não decorre de falta de recursos ou estímulos, pois há aqui ações de fomento competitivas com as de outros países: ele se deve, principalmente, a questões macroeconômicas, como a carga tributária e o custo do capital muito elevados. ‘Também é preciso mais estímulo à exportação, pois o mercado internacional exige competitividade, o que demanda mais pesquisa’”, destacou a PIB.

A reportagem Nas redes do conhecimento integra o número 13 - Mar/Abr 2011 da revista e pode ser lida gratuitamente.

 

Fonte: Agência FAPESP

 

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