biomerrieux peqA Fiocruz e a bioMérieux deram um passo estratégico para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), com a ampliação da capacidade nacional de produção de insumos e kits de diagnósticos. A bioMérieux formaliza, nesta segunda-feira (10/11), a cessão de uma planta produtiva localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ), que passará a integrar a estrutura da Fiocruz como um novo Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Diagnósticos. O espaço será dedicado à produção e à inovação em tecnologias diagnósticas voltadas à saúde pública. A assinatura da cessão ocorre no campus Manguinhos da Fiocruz seguida de visita ao novo campus em Jacarepaguá. Com 40 mil m2, espaço do campus da bioMérieux em Jacarepaguá (RJ) foi cedido integralmente à Fiocruz para abrigar planta produtiva de insumos e kits de diagnósticos.

O Memorando de Entendimento (MdE) entre a bioMérieux e a Fiocruz foi assinado em junho de 2025, prevendo a cessão do espaço por um período inicial de dez anos e estabelecendo as bases para cooperação em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. Agora, além da cessão do espaço, as duas instituições centenárias inauguram um centro no local dedicado à pesquisa e inovação na área de diagnósticos, dando continuidade à visão do Dr. Alain Mérieux para o projeto. As primeiras operações da Fiocruz no local estão previstas para março de 2026, marcando o início de uma nova fase de crescimento e modernização na área de diagnósticos da instituição. 

“Estes acordos consolidam a histórica parceria entre o Brasil e a França, através do propósito comum da Fiocruz e bioMérieux de valorizar a ciência, a tecnologia e a pesquisa em prol da saúde pública”, afirma o presidente da Fiocruz, Mario Moreira. “Esse é um passo estratégico para ampliar a capacidade nacional de produção e inovação em diagnósticos, gerando benefícios à população ofertando ferramentas diagnósticas precisas, tempestivas, sustentáveis, acompanhando o avanço tecnológico em favor do enfrentamento de emergências sanitárias”.

A cessão da planta foi proposta pela bioMérieux, que decidiu redefinir seu modelo de negócio no país, mas manifestou o desejo de manter o compromisso histórico da família Mérieux com a saúde global e com o sistema público brasileiro. A relação entre a Fiocruz e a família Mérieux remonta aos anos 1970, quando o Dr. Alain Mérieux apoiou o Brasil no enfrentamento da epidemia de meningite, contribuindo para o desenvolvimento da capacidade nacional de produção de vacinas e diagnósticos. Desde então, o diálogo entre as instituições se manteve constante, sempre guiado por um propósito comum: fortalecer a ciência e a tecnologia em prol da saúde pública.

Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Diagnósticos 

Mais do que a incorporação de um novo espaço físico, o campus representa uma expansão da capacidade produtiva do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), com atualização tecnológica, automação de processos, inclusão de novos projetos de desenvolvimento e transferência de tecnologia. A iniciativa permitirá reduzir o tempo de produção, fortalecer a autonomia nacional em diagnósticos e ampliar a resposta do Brasil diante de emergências sanitárias. 

O novo campus abrigará inicialmente a produção da linha de testes rápidos, desde o corte até o processamento final e montagem dos produtos, além de áreas dedicadas ao controle de qualidade, testes de estabilidade de produtos, produção de painéis utilizados em programas de Avaliação Externa da Qualidade. Também está prevista a implantação de novos projetos de desenvolvimento tecnológico e transferência de tecnologia. 

Para a diretora de Bio-Manguinhos, Rosane Cuber, a incorporação dessa planta produtiva é estratégica para o fortalecimento da instituição. “O novo campus permitirá ampliar nossa capacidade de entrega de diagnósticos de qualidade ao SUS e modernizar processos produtivos. Essa expansão é fundamental para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e consolidar Bio-Manguinhos como referência em produção e inovação tecnológica também na área de diagnósticos”, destacou. 

Bio-Manguinhos/Fiocruz

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) é a unidade da Fiocruz responsável pela pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas, kits para diagnóstico, biofármacos e terapias avançadas destinados prioritariamente ao SUS. Referência nacional e internacional em biotecnologia e inovação, Bio-Manguinhos atua para fortalecer a autonomia tecnológica do Brasil e garantir o acesso da população a produtos estratégicos para a saúde pública.

bioMérieux

Líder mundial no campo do diagnóstico in vitro desde 1963, a bioMérieux está presente em 45 países e atende a mais de 160 países com o apoio de uma ampla rede de distribuidores. Em 2024, o faturamento atingiu € 4 bilhões, com mais de 93% das vendas fora da França.

A bioMérieux fornece soluções de diagnóstico (sistemas, reagentes, softwares e serviços) que determinam a origem de doenças e contaminações para melhorar a saúde do paciente e garantir a segurança do consumidor. Seus produtos são utilizados principalmente para o diagnóstico de doenças infecciosas. Também são utilizados para a detecção de microrganismos em alimentos, produtos farmacêuticos e cosméticos. 

Jornalista: Marcela Dobarro
Imagem: Peter Ilicciev

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