52 pni peqEm 18 de setembro de 1973, o Brasil dava um passo histórico com a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Hoje, 52 anos depois, o PNI é reconhecido como um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de vacinação do mundo, responsável por universalizar o acesso a imunizantes e oferecer gratuitamente mais de 20 vacinas contra doenças que antes provocavam epidemias e milhares de mortes no país.

Desde o início, o PNI representou uma conquista da saúde pública brasileira, tendo como missão promover a prevenção de doenças, proteger a população e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). Ao longo de sua trajetória, o programa foi decisivo para a erradicação da varíola e a eliminação da poliomielite, da rubéola, da síndrome da rubéola congênita e do sarampo, resultados que colocaram o Brasil como referência mundial em imunização.

A contribuição da Fiocruz e o nascimento de Bio-Manguinhos

A Fiocruz sempre teve papel fundamental nessa história. A instituição participou ativamente das grandes campanhas nacionais e internacionais, como a de erradicação da varíola, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), fornecendo milhões de doses. Durante a epidemia de meningite nos anos 1970, por exemplo, o governo brasileiro firmou parceria com o Instituto Mérieux, da França, para produção da vacina meningocócica AC no país. Em 1976, a fábrica foi doada à Fiocruz, dando origem ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), criado especialmente para atender às demandas crescentes do PNI.

O Instituto evoluiu de pequenos laboratórios de pesquisa para um complexo industrial e tecnológico de imunobiológicos, que hoje é considerado um dos mais importantes da América Latina. Bio-Manguinhos não apenas garante grande parte das vacinas utilizadas pelo PNI, como também diversificou seu portfólio, produzindo biofármacos, kits para diagnóstico e, mais recentemente, terapias avançadas. Em alguns períodos, chegou a fabricar mais de 70 milhões de doses contra a febre amarela em um único ano, contribuindo de forma decisiva para o controle da doença.

Inovação: vacinas de RNA mensageiro produzidas no Brasil

Olhando para o futuro, Bio-Manguinhos também avança no campo da inovação. O Instituto desenvolveu a primeira plataforma nacional de RNA mensageiro (RNAm) para vacinas e terapias, considerada uma das tecnologias mais promissoras da atualidade. Diferente dos métodos tradicionais, essa plataforma permite desenvolver novos imunizantes com maior agilidade e menor custo, apenas inserindo a “informação genética” correspondente à doença que se deseja combater.

A primeira vacina de RNAm desenvolvida pela Fiocruz será contra a Covid-19, cujos testes clínicos devem começar ainda este ano. Também estão em andamento pesquisas para imunizantes contra leishmaniose e tuberculose, além de terapias para doenças como o câncer. Essa conquista, apoiada pelo Ministério da Saúde e pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), fortalece o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS) e garante soberania tecnológica ao país.

Uma história que continua a salvar vidas

Ao longo de cinco décadas, o PNI e a Fiocruz, por meio de Bio-Manguinhos, mostraram que investir em vacinas é investir em vidas. Hoje, diante dos novos desafios, a retomada da confiança na imunização é fundamental para que o Brasil continue avançando.

Vacinas salvam, previnem e protegem. E os 52 anos do PNI são um lembrete de que a ciência e a saúde pública caminham juntas para construir um futuro mais seguro e saudável para todos os brasileiros.

Jornalista: Gabriella Ponte
Imagem: Bernardo Portella

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