Neste 5 de agosto, o Brasil celebra o Dia Nacional da Saúde, uma data que convida à reflexão sobre o cuidado com a saúde individual e coletiva. A escolha do dia não é por acaso, marca também o nascimento de Oswaldo Cruz (1872–1917), médico, sanitarista e cientista que transformou a história da saúde pública no Brasil e é o patrono da Fiocruz.
Referência nacional e internacional, Oswaldo Cruz foi pioneiro no enfrentamento de epidemias como a febre amarela, a varíola e a peste bubônica, além de ter sido responsável por introduzir práticas modernas de vigilância epidemiológica e saneamento no país. Seu legado inspirou a criação da Fundação Oswaldo Cruz, que hoje é um dos maiores centros de ciência, tecnologia e inovação em saúde da América Latina.
Filho de médico, Oswaldo Cruz formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, aos 25 anos, se especializou em microbiologia no renomado Instituto Pasteur, em Paris. De volta ao Brasil, assumiu o então Instituto Soroterápico Federal e o transformou em um polo de produção científica e tecnológica. Sua atuação foi fundamental para consolidar a medicina experimental no país e para estruturar uma resposta pública e científica às epidemias que assolavam as grandes cidades brasileiras no início do século XX.
Além do seu trabalho técnico e científico, Oswaldo Cruz também ocupou posições de liderança, como a Diretoria Geral de Saúde Pública, equivalente ao Ministério da Saúde da época. Enfrentou resistência popular, mas sua atuação foi decisiva para a erradicação de doenças e a modernização das políticas públicas sanitárias. Seu trabalho salvou milhares de vidas e firmou os pilares do sistema público de saúde que o Brasil viria a desenvolver décadas depois.
Em Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz dedicada à produção de vacinas, biofármacos, kits para diagnóstico e serviços biotecnológicos, o legado de Oswaldo Cruz se manifesta diariamente no compromisso com a saúde pública e com o acesso à inovação científica de qualidade. O instituto tem um papel estratégico na resposta a emergências sanitárias e na garantia da soberania nacional na produção de insumos essenciais para o SUS.
A celebração do Dia Nacional da Saúde é também um convite para renovar o compromisso com uma ciência a serviço da vida, da equidade e da justiça social, princípios que orientam a trajetória centenária da Fiocruz e continuam a nortear o seu futuro. Ao honrar a memória de Oswaldo Cruz, reafirmamos a importância de políticas públicas baseadas na ciência e na pesquisa como instrumentos para a construção de uma sociedade mais justa e saudável.
Jornalista: Marcela Dobarro
Imagem: Rosilaine Felix