O Carnaval está chegando, trazendo dias de festa, diversão, alegria e interações sociais. É crucial lembrar que essa época pode ser marcada por descuidos nas medidas de proteção necessárias para se prevenir das Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST. As IST são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos e transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual com uma pessoa infectada, sem o uso de camisinhas masculina ou feminina.
Se não tratadas adequadamente, as IST podem provocar diversas complicações e levar à morte. Existem diversos tipos de infecções desse tipo, porém, os mais conhecidos são herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano – HPV e hepatites virais B e C.
Dados do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022 do Ministério da Saúde apontam que o número de infectados por essa doença vem caindo, exceto entre os homens de 15 a 29 anos. Ainda de acordo com o boletim, a quantidade de infectados pelo HIV em 2021 era maior entre os homens de 25 a 29 anos (53,3%). Nas mulheres, o maior índice foi registrado entre 40 e 44 anos (18,4%). Com relação à sífilis adquirida, de acordo com o Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, do Ministério da Saúde, de 2012 a 2022, foram 1.237.027 casos notificados no país. No mundo, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos de sífilis entre adultos de 15 a 49 anos aumentaram 30% entre 2020 e 2022 nas Américas.
Prevenção combinada
A prevenção combinada das IST, fazendo-se uso de diversos métodos, é a indicada pelo Ministério da Saúde. Abrange a utilização da camisinha masculina ou feminina, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das infeções, imunização para HPV e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV), testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, entre outros.
Qualquer pessoa que tiver uma relação sexual desprotegida pode contrair uma Infecção Sexualmente Transmissível, não importa idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião. Algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte. Por isso, é importante que, após uma relação sexual desprotegida, sem camisinha, sejam realizados exames laboratoriais para verificar se houve infecção.
Além disso, o corpo deve ser observado durante a higiene pessoal para ajudar a identificar uma IST no estágio inicial. Ao perceber algum sinal ou sintoma, deve-se procurar o serviço de saúde e avisar à parceria sexual. O atendimento, diagnóstico e tratamento das IST são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.
Testagens com kits de diagnóstico
Uma forma eficaz de combater a disseminação das IST é através da utilização de testes de diagnóstico, que permitem a identificação precoce e, consequentemente, o tratamento adequado. Bio-Manguinhos/Fiocruz está na linha de frente, desenvolvendo e fornecendo kits de diagnóstico ao Ministério da Saúde, focando no HIV, sífilis, hepatites B e C. O Instituto possui, no total, 36 kits em seu portfólio, com entregas de mais de 9,7 milhões de reações para o SUS em 2023. A identificação e notificação dessas ISTs também fortalece a vigilância epidemiológica realizada pela pasta no país.
O vice-diretor de Reativos para Diagnóstico, Antonio Ferreira, ressalta a importância do diagnóstico precoce dessas e de outras doenças: “Detectar as Infecções Sexualmente Transmissíveis o quanto antes é crucial para iniciar o tratamento e impedir novas infecções. Com os testes rápidos e o kit NAT Plus da instituição, utilizados na hemorrede brasileira para a triagem de bolsas de sangue, conseguimos identificar os patógenos mesmo na fase da janela imunológica, quando outros testes ainda não conseguem fazê-lo."
Em um momento de celebração como o Carnaval, é essencial lembrar que a saúde e a segurança não podem ser deixadas de lado. A utilização de testes de diagnóstico, como os desenvolvidos por Bio-Manguinhos/Fiocruz, é uma ferramenta essencial contra a disseminação de doenças.
Jornalista: Helouise Costa
Imagem: Freepik