PEQ combate dengueO Brasil atualmente enfrenta uma onda de casos da dengue. A previsão da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) é que o surto da doença no Brasil deve piorar em 2024. Ainda existe o alerta para a ameaça de uma epidemia causada pelo sorotipo 3, que por conta da presença de múltiplos sorotipos é uma das razões pelas quais a dengue pode se manifestar de forma mais grave em algumas pessoas.

Segundo dados do Ministério da Saúde, existem mais de 1,6 milhão de casos registrados de dengue no Brasil e mil mortes em 2023, superando os casos de 2022 (cerca de 1,4 milhão) e quase atingindo o mesmo patamar de óbitos (1.016).

A dengue afeta bebês, crianças e adultos. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, a infecção pode ser assintomática ou pode apresentar sintomas que variam entre: febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações e erupções cutâneas.

Uma forma eficaz de controlar a dengue é através do diagnóstico precoce. Bio-Manguinhos oferece três kits de diagnóstico que detectam a doença: DPP Dengue IgM/IgG, Dengue NS1, DPP ZDC IgM/IgG e o teste Molecular ZC D tipagem. Além disso, o Instituto busca implementar novos produtos e tecnologias para aprimorar o diagnóstico no SUS.

Segundo o gestor do Departamento de Produção de Reativos para Diagnóstico (DERED), Rafael Alexandrino, não existe tratamento específico para dengue ou dengue grave, mas a detecção precoce e o acesso a cuidados médicos adequados reduzem as taxas de mortalidade. “O diagnóstico precoce da dengue é de extrema importância para evitar a evolução da doença para os casos mais graves e que podem levar à óbito”, diz

Atuação estratégica
Bio-Manguinhos tem participação ativa no Comitê Diretor Conjunto da Aliança Dengue, uma parceria global liderada por instituições de países endêmicos da doença, que além da Fiocruz também tem a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como participante pelo Brasil, em uma soma de esforços para o controle da dengue.

Além de Rafael Alexandrino, a Especialista Científica em Diagnóstico Molecular de Bio-Manguinhos, Patrícia Alvarez participou do último encontro do Comitê, entre 8 a 10 de novembro, e contou que houve troca de experiências, alinhamento de pontos importantes para avançar no objetivo de ter um novo tratamento acessível a partir de medicamentos já aprovados - e suas combinações - para a dengue em cinco anos.

A aliança trabalha em projetos conjuntos para avançar nas investigações pré-clínicas de possíveis tratamentos, testar a eficácia de candidatos ao tratamento e implementar testes clínicos dos mais promissores. “Foi possível progredir no debate sobre a nomeação de um candidato medicamentoso para os ensaios clínicos e o tratamento, a estratégia de diagnóstico e biomarcadores, e o desenho do ensaio clínico que deve ser iniciado em 2024 no Brasil”, aponta Alvarez.

 

Texto: Maria Amélia Saad
Imagem: Rodrigo Méxas e Raquel Portugal, Fiocruz Imagens

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