Entre os dias 15 e 17 de outubro aconteceu a edição 2023 do World Health Summit, evento internacional que reúne representantes da área de saúde de todo o mundo para discutir os temas mais prementes da saúde global. Sob o tema "Um ano definidor para a ação em matéria de saúde global", o encontro reuniu mais de 3,5 mil participantes em Berlim, na Alemanha.
O vice-diretor de Inovação de Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis, participou, no último dia do evento, do painel organizado pela Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), que discutiu a importância de parcerias e investimentos de forma a estabelecer uma resposta global sincronizada, rápida e equitativa a futuras ameaças virais.
A mesa procurou explorar maneiras de tornar a Missão dos 100 Dias uma realidade global. A chamada Missão dos 100 Dias é uma coalizão global, formada em 2021, com o objetivo de estabelecer estratégias para as futuras pandemias, visando o desenvolvimento de testes, terapias e vacinas em larga escala dentro deste prazo que dá nome à iniciativa.
“Durante o enfrentamento à pandemia de Covid-19 pudemos ver que a fabricação de vacinas ficou muito limitada, concentrada em poucas regiões do globo. Isso realmente prejudicou nossa resposta nesta pandemia, então a pesquisa e o desenvolvimento regionais são pontos que devem ser levados em consideração”, pontuou Frederik Kristensen, vice-diretor da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI).
“Muito se fala sobre a construção da capacidade produtiva nos países em desenvolvimento. Mas eu penso que mais importante do que a capacidade de produção final, é desenvolvermos as capacidades de pesquisa e desenvolvimento destes países. Do contrário, sempre dependeremos de uma transferência de tecnologia que pode ou não acontecer, dos preços praticados pelas grandes farmacêuticas. Então a fabricação é importante, mas deve haver uma forte preocupação com o componente P&D”, defendeu Sotiris.
Entre os outros participantes do painel também estiveram Nivedita Gupta, chefe de virologia do Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR); Michael Makanga, diretor executivo da Parceria entre a Europa e os Países em Desenvolvimento para a Realização de Ensaios Clínicos (EDCTP); Ngashi Ngongo, chefe de gabinete do Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças (África CDC); e Joy Phumaphi, copresidente do Conselho de Monitoramento da Preparação Global (GPMB).
Texto: Thais Christ
Imagem: CEPI