A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre o aumento significativo de casos de mpox nas Regiões da Europa, América e do Pacífico Ocidental, como Austrália, Melanésia, Micronésia e Nova Zelândia, impulsionado pela transmissão comunitária na China. Foram confirmados mil novos casos e três mortes.
De 1º de janeiro de 2022 a 9 de agosto de 2023, o mundo acumulou um total de mais de 89 mil casos da doença e 152 mortes. No último mês, oito países comunicaram um aumento nos casos, havendo um acréscimo de 1,2% no total de diagnósticos desde julho.
Em maio, a OMS havia retirado o estado de alerta para a doença, que estava vigente desde junho do ano passado. No entanto, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da agência, comentou, à época, que a classificação poderia mudar novamente se os casos aumentassem.
Uma das formas de monitorar as transmissões é através da testagem. De acordo com a Especialista Científica em Diagnóstico Molecular de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Patrícia Alvarez, o Instituto fornece desde o ano passado os dois únicos testes registrados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Essa é uma abordagem importante no monitoramento de linhagens variantes de importância epidemiológica. Possui protocolos custo-efetivos e agilizam a tomada de decisão pelos gestores de saúde pública, a partir da identificação das cepas circulantes”, esclarece.
Ela completa que a testagem permite o diagnóstico e o acompanhamento da prevalência destas variantes, sendo capaz de atender demandas específicas para o monitoramento epidemiológico da doença e dar subsídios para apoiar a definição de estratégias mais eficazes e objetivas no enfrentamento da infecção provocada pelo mpox.
Mpox
O mpox é uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres, sobretudo roedores e pessoas infectados e materiais contaminados.
O período de incubação da doença varia de três a 21 dias, após a manifestação de sintomas como lesões na pele que podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem o período em que as crostas desaparecem.
As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.
Texto: Maria Amélia Saad
Imagem: Bernardo Portella