img site aniversario oswaldo cruzUma parte da população brasileira com resistência às vacinas e sendo alimentada por informações falsas. Isso te soa familiar? Esse fato poderia ser uma narrativa do presente, já que desde 2012, é observada a queda da cobertura vacinal no país, mas essa realidade aconteceu também em 1904, durante um surto de varíola, resultando na “Revolta da Vacina”, que ocorreu pela obrigatoriedade da vacinação, deixando um saldo de 945 prisões, 110 feridos e 30 mortos.

Nessa época, o médico e cientista Oswaldo Cruz empreendia uma campanha sanitária, questionando falácias sobre a origem e transmissão de doenças, realizando pesquisas científicas e propondo métodos de tratamento para as principais doenças que acometiam, sobretudo a antiga capital federal, Rio de Janeiro.

Algumas doenças estudadas pelo sanitarista foram a febre amarela, peste bubônica e varíola, adotando métodos como o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura dos vetores como mosquitos e ratos, e a desinfecção das moradias em áreas de focos.

Através de seu trabalho, a população compreendeu a importância das medidas sanitárias, e especialmente, da vacinação. Uma prova da efetividade das ações, é que em 1907, em uma nova epidemia de varíola, a própria população procurou os postos de vacinação.

Mesmo tendo falecido em 1917, com apenas 44 anos, o legado de Oswaldo Cruz continua vivo, através da Fundação que leva o seu nome. Bio-Manguinhos, é o braço de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico da Fiocruz, nascendo em 1976, a partir da necessidade de se produzir uma vacina de meningite diante de um surto da doença.

Após 47 anos, Bio cresceu, tendo como missão a produção de vacinas, kits para diagnóstico e biofármacos, além de ações estruturais com o Ministério da Saúde e secretarias de saúde em âmbito regional, atuando de forma estratégica em prol da população brasileira e de outros países. Em cinco anos foram fornecidas 718 milhões de doses de vacinas; 58 milhões de kits diagnósticos e 23 milhões de biofármacos.

O Instituto desempenha um papel fundamental para a saúde pública, tanto para ações de rotina, como emergenciais. Durante a pandemia da Covid-19, atuando no diagnóstico, para o provimento de dados e políticas públicas, bem como na prevenção dos casos graves da doença com a produção da vacina em tempo recorde.

Além disso, Bio-Manguinhos, atua de forma contundente em diversas frentes, em necessidades de saúde da população. Um destaque é no diagnóstico e/ou vacinação voltados para doenças negligenciadas como dengueHIV, febre amarela, malária, chagas entre outros.

Nessa necessidade de se gerar produtos que favoreçam a saúde pública, a produção e distribuição de biofármacos oferece tratamento para doenças crônicas, raras, oncológicas e autoimunes para o Sistema Único de Saúde (SUS), e busca ampliar o acesso a medicamentos biológicos de alto valor agregado a pacientes que necessitam de cuidado especial, assegurando uma melhor qualidade de vida.

Bio-Manguinhos é a prova de que Oswaldo Cruz continua inspirando para a criação de mecanismos que vão além da erradicação de doenças, mas sim impactem a sociedade de forma eficaz e definitiva.

Texto: Maria Amélia Saad
Imagem: Acervo da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz)

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