As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil, e para encorajar a prevenção, diagnóstico e tratamento, em 28 de julho comemora-se o “Dia Mundial de Combate à Hepatite”. As hepatites virais mais comuns no país são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.Silenciosa na maioria dos casos, esse tipo de infecção atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Quando os sintomas se manifestam, eles podem ser apresentados através de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Uma forma de auxiliar nesse cenário é através da utilização de testes de diagnóstico, que favorecem à identificação precoce, e consecutivamente ao tratamento dessas doenças. Há alguns anos, Bio-Manguinhos trabalha no desenvolvimento e oferta de alguns produtos ao Ministério da Saúde, tendo como alvo o diagnóstico de hepatites B e C. Atualmente, a unidade atua no fornecimento do teste NAT Brasileiro que foi implementado nos hemocentros públicos em 2011 e no kit NAT Plus, implantado desde novembro de 2022.
O vice-diretor de Diagnóstico, Antonio Ferreira explica que uma qualidade do teste é detectar hepatites B e C, no período entre a infecção e a produção de anticorpos pelo organismo. “Através dele é possível fazer a detecção e triagem de bolsas de sangue que contém hepatites B e C, na fase da janela imunológica, quando os outros ensaios não conseguem ainda detectar os patógenos na amostra de sangue”, diz.
Ferreira explica que a sensibilidade do teste NAT Plus, - que também detecta HIV e malária -, foi ampliada, aumentando a segurança e evitando transmissões transfusionais, tanto para as hepatites virais, como para essas duas doenças, complementando a triagem dos doadores, baseando-se em ensaios moleculares.
Questão de saúde pública
De acordo com o Ministério da Saúde, 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), estima que nas Américas, quase 80.000 novas infecções de hepatites B e C surgem a cada ano, que na maioria das vezes não são detectadas, resultando mais de 100.000 mortes relacionadas às hepatites virais a cada ano.
Embora os dados sejam dados alarmantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que apenas cerca de 18% das pessoas que vivem com hepatite B foram diagnosticadas e dessas, apenas 3% estão recebendo o tratamento.
Jornalista: Maria Amélia Saad
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