peq visita opasEgresso da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Jarbas Barbosa, voltou nesta quinta-feira (13/7), à Fundação para uma homenagem à Fiocruz. A visita também rendeu a assinatura de dois acordos: um para o apoio a estudos para o desenvolvimento da vacina de mRNA contra a Covid-19 e outro de cooperação técnica no campo das Medicinas Tradicionais Complementares e Integrativas (MTCI).

Recebido pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, Jarbas Barbosa chegou acompanhado pela representante da Opas e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross; o diretor do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária, Ottorino Cosivi; o diretor do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), João Paulo Souza; o coordenador de Doenças Transmissíveis do escritório da Opas no Brasil, Miguel Aragon; o coordenador de Vigilância, Preparação e Respostas a Emergências e Desastres do escritório da Opas no Brasil, Alexander Rosewell; e o consultor de Vigilância, Preparação e Respostas a Emergências e Desastres do escritório da Opas no Brasil, Rodrigo Said. O grupo visitou a planta do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) para a vacina de mRNA, o Centro Hospitalar construído para a pandemia de Covid-19, a Unidade de Apoio ao Diagnóstico e o Centro de Pesquisas no Campus Maré - descritos por Barbosa como “legados” que ficam do enfrentamento à doença.

Testes em mRNA
O ponto alto da visita foi a cerimônia no salão de conferências do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), no campus Manguinhos (RJ), onde os acordos foram assinados. Jarbas Barbosa destacou o empenho da Opas para que um hub da vacina de mRNA fosse instalado na região das Américas – sendo desenvolvida pela Fiocruz e pela empresa argentina Sinergium Biotech – e não apenas na África. “A América Latina precisava entrar nesse processo. Isso beneficia não só um país, mas a região inteira”, disse.

O acordo, apresentado pelo diretor pelo diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Mauricio Zuma, tem como objetivo o apoio à realização dos estudos necessários para o desenvolvimento do imunizante. “A Opas tem sido fundamental em todo o processo”, disse Zuma. “Neste momento estamos recebendo apoio na produção e encapsulamento para os estudos de toxicidade. Esses estudos são parte dos estudos pré-clínicos”.

O outro acordo estabelece uma cooperação técnica, por cinco anos, em atividades de pesquisa, seminários e publicações sobre Medicinas Tradicionais e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (MTCI/Pics) em apoio a políticas públicas nas Américas. A Fiocruz participará por meio do Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS), vinculado à Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) e com secretaria executiva na Fiocruz Pernambuco.

O ObservaPICS reúne pesquisadores e colaboradores técnicos de várias instituições, incluindo o Bireme, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Ele é parceiro da Opas no projeto que mapeia as políticas, nas Américas, voltadas às MTCIs, como a fitoterapia. Criado em 2018, o ObservaPICS articula e compartilha a produção técnica e científica na área, divulgando evidências e experiências, e aproximando comunidades tradicionais dos pesquisadores.

“Mesma geração”
Representando o presidente Mario Moreira, que não pôde estar presente, Krieger destacou que, com mais de 120 anos, Fiocruz e Opas “pertencem à mesma geração, enfrentando os mesmos problemas” e saindo fortalecidas da pandemia de Covid-19. “Esse é um dia muito importante porque estes dois convênios demonstram que nossa relação está se aprofundando”, disse.

Esta foi a primeira visita de Barbosa à Fundação depois de sua posse, em fevereiro deste ano. Ele destacou que a pandemia trouxe uma perspectiva diferente à área de saúde, que é hora de implantar as lições aprendidas e apoiar os países na recuperação. “As filas na saúde, que eram grandes, hoje são enormes”, acrescentando que a pandemia atrasou o diagnóstico de doenças graves. Barbosa destacou também as desigualdades na região, onde países de alta e média rendas convivem com nações na pobreza extrema. E que uma lição fundamental é a necessidade aumentar a produção local em produtos de saúde em todos os campos. “Um país pode não conseguir produzir vacinas, mas pode produzir óculos, máscaras”, pontuou.

Socorro Gross, por sua vez, destacou a importância da parceria com a Fiocruz e sua participação na criação da Opas. Ela lembrou ainda os treinamentos que foram realizados na Fundação para técnicos de outros países, antes mesmo de o Brasil confirmar seu primeiro caso de Covid-19.

No CDHS, a representante da Opas no Brasil entregou a Krieger uma placa em homenagem à Fiocruz. No ano passado, a organização comemorou 120 anos e homenageou algumas instituições parceiras ao longo de sua história. “A Opas reconhece a colaboração da Fiocruz como verdadeiro patrimônio da humanidade, instituição que trabalha pelo direito à saúde, referência mundial na pesquisa, na formação de recursos humanos sempre com a solidariedade para produzir uma ciência em favor da vida e dentro de uma perspectiva social que alcance as populações mais vulneráveis”, diz a placa. Os ex-presidentes da Fundação Carlos Morel, Paulo Gadelha, Paulo Buss e Akira Homma, assim como diretores de institutos e membros do Conselho Deliberativo participaram da foto da entrega da placa.

 

Texto: Cristina Azevedo - Agência Fiocruz de Notícias
Imagem: Peter Illicciev

 

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