Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu as baixas coberturas vacinais como um dos 10 maiores desafios de saúde pública do mundo. Buscando desenvolver e apoiar iniciativas para reverter as baixas coberturas vacinais na Região das Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) vem, de forma muito ativa, liderando ações de vacinação e promovendo discussões, trocas de experiências e cooperações entre seus Estados Membros.
Na experiência brasileira, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) introduziu importantes vacinas no calendário vacinal e, durante décadas, alcançou altas coberturas vacinais, tendo eliminado a poliomielite, o sarampo (que recentemente voltou) e a rubéola, conquistando também as mais baixas notificações de doenças preveníveis por vacinação. No entanto, a partir de 2016, teve início uma queda contínua da cobertura vacinal, acentuada pela pandemia de Covid-19, apesar das campanhas anuais de multivacinação implementadas pelo PNI.
Nesse contexto, desenvolveram-se inúmeras publicações, reuniões e discussões alertando sobre o crescimento do número de crianças e pessoas desprotegidas em toda a população e o perigo da volta de doenças imunopreveníveis. As principais causas apontadas relacionam-se à baixa percepção de risco pela população, à falta de informação, às fake news e à falta de valorização das vacinas e vacinações, inclusive pelos profissionais da saúde.
Diante do cenário e da urgência na reversão das baixas coberturas vacinais, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Bio-Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz organizou o Projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PRCV), adotando uma estratégia diferenciada de atuação no território, com protagonismo de atores locais. O projeto, em parceria com o PNI e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), foi formalizado mediante assinatura de um Protocolo de Intenções entre a Fiocruz e a Secretaria de Vigilância em Saúde em dezembro de 2021.
O trabalho desenvolvido pelo PRCV foi destaque no Boletim de Imunização publicado em junho pela OPAS. Clique aqui e acesse a edição completa do Boletim.
Texto: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
Imagem: Gustavo Furtado