peq saude meio ambienteHá 50 anos, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, no dia 5 de junho. A data foi escolhida para coincidir com a de realização dessa conferência, e passou a ser celebrada anualmente, com o objetivo de chamar a atenção da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais.

A Conferência de Estocolmo simboliza um marco na mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, pois nela foram estabelecidos princípios para orientar a política ambiental em todo o planeta. Também a partir dela cresceu a percepção da relação vital entre seres humanos e meio ambiente e a preocupação sobre os impactos negativos que a ação do homem pode ter sobre ele.

Entre os diversos problemas ambientais causados pela ação contínua dos seres humanos sobre a natureza, a destruição constante de habitats e a poluição de grandes áreas, por exemplo, são alguns dos pontos que exercem maior influência na sobrevivência de diversas espécies. O descarte inadequado de lixo, a falta de coleta seletiva e de projetos de reciclagem, o consumo exagerado de recursos naturais, o desmatamento, o uso de combustíveis fósseis, o desperdício de água e o esgotamento do solo, são outros problemas que também merecem a nossa atenção.

Essas questões e tantas outras podem ser evitadas a partir do momento em que governantes e população se conscientizem sobre a importância do uso correto e moderado dos nossos recursos naturais e tomem medidas para que estes impactos sejam mitigados. Se nada for feito, o consumo exagerado dos recursos e a perda de biodiversidade poderão alterar consideravelmente o modo como vivemos e comprometer, inclusive, nossa sobrevivência.

O meio ambiente e a saúde coletiva
A relação intrínseca entre o meio ambiente e a saúde humana tem sido cada vez mais evidente e uma preocupação em todo o mundo. Muito tem se observado que o estado de nosso planeta e a qualidade do meio ambiente têm um impacto direto na saúde das pessoas. A degradação ambiental, impulsionada pelas atividades humanas insustentáveis, tem demonstrado efeitos significativos na saúde das populações ao redor do mundo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 24% da carga global de doenças e 23% das mortes prematuras podem ser atribuídas a fatores ambientais modificáveis. A degradação ambiental tem um impacto negativo em diversos aspectos da saúde humana, incluindo doenças respiratórias, cardiovasculares, infecciosas e mentais. A poluição atmosférica, por exemplo, é responsável por milhões de mortes prematuras a cada ano, sendo associada a doenças respiratórias crônicas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), além de aumentar o risco de câncer de pulmão.

A perda de biodiversidade também desempenha um papel fundamental na saúde humana. A redução da diversidade de espécies pode aumentar a propagação de doenças infecciosas. Quando há um declínio na diversidade de animais, como pássaros e morcegos, por exemplo, os patógenos que normalmente infectam essas espécies encontram menos barreiras e podem se espalhar para os seres humanos com mais facilidade. Um exemplo recente é o surgimento da Covid-19, que é causada por um vírus que provavelmente se originou em morcegos e foi transmitido aos seres humanos por meio de um hospedeiro intermediário.

A destruição de habitats naturais, como florestas tropicais, também pode aumentar o risco de doenças emergentes. A expansão das atividades humanas, como o desmatamento para a agricultura ou a exploração madeireira, pode levar à exposição de seres humanos a animais selvagens e a novos patógenos. O contato próximo com animais selvagens em mercados de animais vivos também aumenta o risco de transmissão de doenças zoonóticas.

Além disso, as mudanças climáticas estão exacerbando os problemas de saúde relacionados ao meio ambiente. O aumento da temperatura média global e as alterações nos padrões de precipitação afetam a distribuição geográfica de vetores de doenças, como mosquitos e carrapatos, que transmitem doenças como malária, dengue e doença de Lyme. As mudanças climáticas também podem influenciar a segurança alimentar, a disponibilidade de água potável e a saúde mental das pessoas.

O que fazer para mudar este cenário?
Uma vez que compreendamos que a nossa própria saúde está diretamente ligada à saúde do planeta, é fundamental adotar ações concretas para mudar este preocupante cenário de degradação ambiental. Algumas medidas que podem fazer a diferença para a nossa e as próximas gerações são:

. Adotar práticas sustentáveis: É essencial promover uma mudança de mentalidade em relação ao consumo e ao desperdício. Optar por fontes de energia renovável, reduzir o consumo de água e eletricidade, fazer escolhas conscientes na compra de produtos e reduzir o desperdício são passos importantes para diminuir a pressão sobre o meio ambiente e proteger a saúde humana.

. Preservar e restaurar ecossistemas: É crucial proteger e restaurar os ecossistemas naturais, como florestas, rios e oceanos. Esses ambientes desempenham um papel vital na manutenção do equilíbrio ecológico, na purificação do ar e da água, além de abrigar uma grande diversidade de espécies. Essa conservação e restauração contribuem para a saúde humana, reduzindo a exposição a doenças e promovendo a resiliência aos impactos das mudanças climáticas.

. Investir em pesquisa e monitoramento: É necessário investir em pesquisa científica e monitoramento contínuo para entender melhor as interações entre meio ambiente e saúde. Estudos epidemiológicos, monitoramento de qualidade do ar e da água, vigilância de doenças e pesquisas sobre as mudanças climáticas são fundamentais para embasar políticas de saúde e meio ambiente baseadas em evidências, permitindo uma resposta eficaz aos desafios.

. Promover a cooperação global: A abordagem colaborativa é essencial para abordar os desafios ambientais e de saúde em escala global. Governos, organizações internacionais, setor privado e sociedade civil devem unir forças para implementar políticas sustentáveis, compartilhar conhecimento e recursos, e promover ações coordenadas. A cooperação global também é fundamental para enfrentar problemas transfronteiriços, como a poluição do ar e a disseminação de doenças.

Essas ações, quando combinadas, podem contribuir significativamente para reverter o cenário atual e promover um futuro mais saudável e sustentável. A conscientização de que a saúde do meio ambiente também reflete na nossa saúde é primordial para garantir o engajamento de todos, governos e populações. Só assim poderemos, juntos, promover as mudanças necessárias para garantir a sobrevivência, por ainda muitos milênios, desse planeta que chamamos de lar.

 

Texto: Thais Christ
Imagem: Freepik

 

 

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.