peq conferencia mundial"O Brasil está de volta": foi dessa forma que a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, expressou a retomada da agenda internacional do Brasil no campo da Saúde em seu discurso no segundo dia da 76ª Assembleia Mundial da Saúde (22/5). Em sua fala, a ministra reforçou a necessidade de democratizar o sistema internacional de saúde, defendeu a reforma do Regulamento Sanitário Internacional e destacou a resolução inovadora e pioneira que o país está levando ao evento sobre a saúde dos povos originários. Além desses pontos, Nísia Trindade Lima deixou claras as prioridades do Brasil na agenda global.

“Precisamos nesse momento fortalecer substancialmente os sistemas de vigilância e os sistemas de saúde como um todo. Necessitaremos mais inovação, transferência de tecnologia, financiamento, voltados para sistemas de saúde mais equitativos", defendeu a ministra. "Temos que descentralizar a produção de medicamentos, vacinas e insumos estratégicos para garantir o acesso equitativo em todo o mundo”.

Como parte da delegação brasileira no evento e instituição que tem papel central na estratégia do estado, a Fiocruz tem participado de eventos paralelos com o intuito de avançar em cooperações alinhadas com essa agenda e as necessidades apontadas pelo Ministério da Saúde. Na última segunda (22/5), o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, participou de dois eventos relacionados à produção de vacinas.

O primeiro, promovido pela iniciativa global Produção Colaborativa Regionalizada de Vacina (em inglês, Regionalized Vaccine Manufacturing Collaborative - RVMC), foi um painel fechado de discussão de alto nível que reunia ministros da saúde de diversos países fortemente atingidos pela pandemia de Covid-19. Também participaram diretores de agências, empresas e instituições, como a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (em inglês, Coalition for Epidemic Preparedness Innovations – Cepi) e a Gavi, uma aliança global para vacinas.

No encontro, o presidente da Fiocruz compartilhou a experiência exitosa da instituição no enfrentamento à pandemia relacionada à produção de vacinas e kits para o diagnóstico da doença, mas pontuou os desafios enfrentados na cadeia de suprimentos. “Mesmo tendo uma capacidade produtiva significativa, a Fiocruz enfrentou muitos desafios relacionados à cadeia de suprimentos, em razão da concorrência dos mais simples aos mais complexos insumos de saúde em todo o mundo, além do fechamento de importantes mercados. Esses desafios deixaram clara a necessidade de fortalecer nosso Complexo Econômico-Industrial da Saúde", destacou o presidente da Fiocruz. "O atual governo está empenhado em fortalecer a produção local de medicamentos e outras tecnologias de saúde para melhorar o acesso. Nesse contexto, temos desenvolvido projetos para reduzir a dependência de importações de insumos farmacêuticos ativos e promover a autossuficiência fabril, pensando não apenas em suprir nossas necessidades nacionais, mas também em atender demandas regionais e internacionais”.

Mario Moreira defendeu ainda a união de esforços e a articulação com iniciativas de cooperação importantes, como a Rede de Produção de Vacinas para Países em Desenvolvimento (em inglês, Developing Countries Vaccine Manufacturing Network - DCVMN) e a nova Plataforma Regional para Inovação e Produção de Medicamentos e Tecnologias em Saúde nas Américas (em inglês, Regional Platform for Innovation and Production of Medicines and Health Technologies in the Americas), lançada recentemente pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).

Ainda como parte da programação da RVMC, a Fiocruz participou do evento Segurança em Saúde Regional e Nacional: do m-RNA a uma estrutura sustentável de produção de vacina. O evento também foi promovido pelo Programa de Transferência Tecnológica da vacina de m-RNA da OMS.

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) foi escolhido pela Opas/OMS em setembro de 2021 para ser um dos hubs regionais de produção dessas vacinas. O programa da OMS visa enfrentar a iniquidade global no acesso a vacinas e garantir a segurança sanitária por meio do aprimoramento da capacidade de produção de vacinas de m-RNA contra a Covid-19 de países baixa e média renda.

A RVMC foi lançada em 2022 durante o Fórum Econômico Mundial Econômico com o objetivo de reduzir a desigualdade na distribuição de vacinas entre poucos países ricos e países de baixa e média renda durante a pandemia de Covid-19.

Texto e imagem: Agência Fiocruz de Notícias

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