peq biofarmacos vacinas gabriella siteO Innovation Hub do 7th ISI, realizado no dia 3 de março, teve como foco as parcerias que são norteadoras para incentivar o acesso de imunobiológicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). A mesa “Modelos de desenvolvimento tecnológico biofarmacêutico para acelerar a oferta de produtos no mercado adotados por Bio-Manguinhos” enalteceu o know-how adquirido pelo Instituto não só através de transferências tecnológicas, mas também com o desenvolvimento tecnológico autóctone e co-desenvolvimento de produtos voltados para o Sistema Único de Saúde (SUS) em diferentes plataformas tecnológicas.

O objetivo era mostrar como todo esse conhecimento pode acelerar o desenvolvimento a produção de imunobiológicos e dar mais acesso à população brasileira. A mesa foi moderada pelo gerente do Programa de Biofármacos (PBIO), Hugo Defendi, da Vice-diretoria de Desenvolvimento Tecnológico.

A gerente de projeto na área de biossimilares de Bio-Manguinhos, Anna Erika Vieira, apresentou sobre a importância da articulação com parceiros para desenvolvimento desses medicamentos. Ela enalteceu que as capacidades tecnológicas de Bio fortalecem a cadeia produtiva, como os desenvolvimentos autóctones dos biofármacos nivolumabe (utilizando sistema de expressão em célula animal CHO) e pembrolizumabe (em sistema de expressão de anticorpos por plataforma vegetal). Este último em parceria de co-desenvolvimento com uma empresa canadense.

“As parcerias ajudam na aquisição de habilidades e conhecimentos. Estamos firmando acordos com institutos nacionais e internacionais para viabilizar esses projetos e suprir gaps que temos no desenvolvimento de biossimilares. O objetivo é aumentar o acesso e diminuir os gastos do SUS com medicamentos de alto custo”, explicou. Ela abordou, ainda, aspectos regulatórios, de controle de qualidade e estratégias tecnológicas que ajudam a construir esse ecossistema.

Antonio Barbosa apresentou a experiência de Bio-Manguinhos em transferências de tecnologia (TTs). Discorreu ainda sobre as colaborações da Fiocruz em Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), as fases de transferência de tecnologia, a produção de biofármacos, impacto da política das PDPs na saúde pública (como a redução da dependência externa e de custos).

“A construção do Centro Henrique Penna e todo o conhecimento obtido com Cuba na produção da alfaepoetina e alfainterferona nos possibilitou adaptar facilmente as instalações para receber o conhecimento da AstraZeneca e produzir o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina COVID-19 aqui em Bio-Manguinhos em tempo recorde”, lembrou. Ele ressaltou uma fala do secretário da SECTICS/MS, Carlos Gadelha, de que o Ministério da Saúde pretende produzir localmente 70% dos medicamentos ofertados pelo SUS e de como é um grande desafio. “Isso só faz com que Bio-Manguinhos tenha vontade de evoluir cada vez mais”, concluiu.

Em sua apresentação, a médica da Assessoria Clínica (Asclin), Carla Lemos Gottgtroy, abordou o desenvolvimento de produtos vinculados a serviços. “Ofertar somente produtos não é garantir o acesso. Oferta é apenas parte da complexidade de dar acesso aos pacientes do SUS. As barreiras de acesso são inúmeras. Temos muitas barreiras como questões de financiamento, organizacionais e geográficas, além de desinformação”, citou.

A especialista comentou sobre a Oficina de Experiências Exitosas em Terapia Infusional no SUS, que reuniu centros de infusão que atendem pacientes em uso de medicamentos biológicos no SUS, promovido no início do ano pela Asclin. A reunião facilitou a construção de um panorama atual completo retratando as realidades das diferentes regiões do país. “Foi consenso entre os estados participantes que deve se construir uma política de medicamentos biológicos a ser implementada com o objetivo de estruturar a rede de centros de terapias assistidas no âmbito do SUS de modo a promover melhoria nos processos de armazenamento, distribuição, dispensação e uso racional desses medicamentos”.

A gerente do projeto de vacina de RNA para Covid-19, Patricia Neves, mencionou a importância de Bio-Manguinhos como hub de vacina de RNA para Covid-19 na América Latina e a escolha do Instituto pela OMS. A plataforma tecnológica, antes da pandemia, estava voltada para aumentar o acesso da população a produtos de alto valor agregado através do desenvolvimento de medicamentos oncológicos. Porém, com a emergência de saúde global da Covid-19, o projeto mudou seu foco. A expertise adquirida por Bio e sua infraestrutura fabril levaram à esta escolha da OMS.

“Hoje, nós temos 15 países parceiros. O objetivo da OMS é aumentar a capacidade produtiva e garantir acesso equitativo a vacinas, principalmente em países em desenvolvimento. Um dos maiores ganhos desta plataforma é que ela é multiuso e isso amplia as competências de desenvolvimento tecnológico e produção de produtos RNA do Instituto, beneficiando o Brasil e o mundo”, concluiu.

Texto e imagem: Gabriella Ponte

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