peq nanotecnologia gabriella ponteUm dos temas debatidos no 7th International Symposium on Immunobiologicals (ISI), no dia 2 de maio, foi sobre o uso da nanotecnologia no desenvolvimento de biofármacos e vacinas. Foram abordados os conceitos básicos dessa tecnologia, métodos de síntese e caracterização, vantagens, aplicações e perspectivas do uso de nanopartículas poliméricas e lipídicas na área da saúde humana. Foram apresentadas algumas iniciativas de Bio-Manguinhos, como projetos que utilizam a plataforma de RNA.

Kaique Alves Brayner Pereira e Vinícius de Lima Gonçalves, do Laboratório de Tecnologias Analíticas Físico-Químicas (Latea), fizeram uma introdução às principais áreas de aplicação. Mostraram as propriedades das nanopartículas poliméricas e suas principais características, além das técnicas de preparo de nanopartículas poliméricas e de caracterização. Destacaram as aplicações e perspectivas terapêuticas do uso de nanopartículas poliméricas e o desenvolvimento de nanoformulações lipídicas.

Os pesquisadores mostraram que os nanofármacos podem ter uma eficiência terapêutica bastante relevante em termos científicos. Kaique explicou que, em tratamentos a longo prazo, com o nanofármaco é possível ter biocompatibilidade melhorada; liberação controlada; capacidade de aumentar a concentração no alvo; melhor estabilidade, evitando a degradação do fármaco; seletividade em relação ao alvo biológico; menor quantidade do princípio ativo do medicamento; redução de eventos adversos; além do diagnóstico mais rápido, seguro e preciso da doença.

Vinicius mostrou alguns fármacos que foram aprovados de 2017 para cá, para câncer de próstata e câncer de mama. “A relevância da nanomedicina vem aumentando na última década, pois pode ser uma alternativa principalmente para tratar doenças como diabetes, as cardiovasculares, neurológicas e até mesmo o câncer”.

A plataforma de RNA de Bio-Manguinhos, empregada em projetos de vacinas ou imunoterapias, vem sendo implementada no Laboratório de Tecnologia Imunológica (Latim). A chefe do laboratório, Ana Paula Ano Bom, falou das vacinas de RNA mensageiro (RNAm) e terapias baseadas em ácidos nucleicos.

“Na tecnologia de RNAm, empregada no desenvolvimento da vacina da Covid-19, é essencial que o material genético seja encapsulado em uma nanopartícula lipídica. Esse encapsulamento permite a entrega do RNAm às células, possibilitando a produção de proteínas e/ou antígenos pelo nosso organismo. Em outras palavras, no contexto da vacina da Covid-19, múltiplas cópias das proteínas S do vírus SARS-CoV-2 serão produzidas, estimulando assim o sistema imunológico a combater o vírus caso a pessoa seja infectada. A plataforma é dividida em duas partes: uma destinada à obtenção do RNAm e outra responsável pela formulação, produção e caracterização das nanopartículas lipídicas”, detalhou Ana Paula.

Além do RNAm, Bio-Manguinhos também está envolvido em um projeto que utiliza o RNA de interferência (RNAi) no tratamento do câncer de mama. O RNAi é empregado para silenciar genes-alvo em tumores de mama e requer sistemas de delivery, como as nanopartículas, para serem transportados até as células. Essa ferramenta é amplamente explorada em vários estudos voltados para a terapia de diferentes tipos de câncer.

Texto e imagem: Gabriella Ponte

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