Em seus 47 anos, Bio-Manguinhos/Fiocruz não para! Está em plena transformação. O aniversário de uma instituição é sempre uma oportunidade para celebrar suas conquistas e refletir sobre sua missão. E quando se trata desta unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que atua na produção de imunobiológicos, a comemoração se torna ainda mais significativa.
Fundado em 1976, Bio-Manguinhos é responsável por produzir vacinas e medicamentos fundamentais para a saúde pública do Brasil e de outros países. Entre os produtos fabricados, estão vacinas de febre amarela, rotavírus e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
A importância de Bio-Manguinhos se torna ainda mais evidente em momentos de crise sanitária, como o surto de febre amarela (2018), sarampo (2019) e a atual pandemia de Covid-19. A unidade tem sido uma peça-chave no combate de doenças imunopreveníveis. A capacidade de produção de Bio-Manguinhos é tão relevante que, além de fornecer imunizantes para o Brasil, a unidade também exporta para diversos países, tendo atendido a mais de 75 países, principalmente da América Latina e África.
E seu plano é aumentar ainda mais, com a construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS), em Santa Cruz, no Rio de Janeiro. A planta contará com capacidade de produção estimada de 120 milhões de frascos de vacinas e biofármacos/ano, em diferentes apresentações (quantitativo de doses por frasco), e servirá para atender prioritariamente às demandas da população brasileira por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Bio-Manguinhos também desempenha um papel crucial na área de pesquisa e desenvolvimento. A unidade tem investido em novas vacinas e terapias, além de trabalhar na modernização de seus processos produtivos e na incorporação de novas tecnologias. O Instituto foi selecionado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como centro para desenvolvimento e produção de vacinas com tecnologia de RNA na América Latina. A escolha da unidade ocorreu devido aos promissores avanços no desenvolvimento tecnológico de uma vacina contra a Covid-19 com essa tecnologia.
Outra missão da unidade é ampliar o acesso a medicamentos biológicos para pessoas que vivem com doenças autoimunes e raras. Por meio de parcerias com universidades, institutos de pesquisa e indústrias farmacêuticas, Bio-Manguinhos tem desempenhado um papel de destaque no avanço científico e tecnológico do país. O fortalecimento da produção interna permite ao Brasil reduzir sua dependência de importação de biofármacos e vacinas, garantindo o abastecimento do país e promovendo a autonomia na área da saúde.
Desenvolvendo e produzindo uma ampla linha de kits de reativos para diagnóstico, Bio-Manguinhos colabora, ainda, com as estratégias de vigilância epidemiológica, prevenção e controle das doenças e agravos de importância para a saúde pública.
Em seu aniversário, os colaboradores de Bio-Manguinhos podem olhar para trás e se orgulharem de todas as conquistas alcançadas ao longo de sua trajetória no campo da inovação tecnológica na área da saúde e ciência. Com a certeza de que continuarão a olhar para o futuro, com novos projetos, inovando em produtos, serviços tecnológicos e realizando estudos clínicos. Contando com uma força de trabalho especializada, o Instituto ainda tem muito a contribuir para a saúde pública e o bem-estar da população brasileira e mundial.
Jornalista: Gabriella Ponte
Imagem: Bernardo Portella