Entre os dias 3 e 6 de abril, Bio-Manguinhos/Fiocruz participou do World Vaccine Congress 2023. Realizado em Washington, nos Estados Unidos, o evento que conta com dezenas de painéis e mesas redondas sobre os mais diversos temas relacionados ao universo dos imunizantes, é um dos principais congressos de vacinas do mundo, reunindo centenas de palestrantes e especialistas em uma oportunidade única de networking.
Mauricio Zuma, diretor de Bio-Manguinhos, participou do painel sobre a infraestrutura e os processos para produção de vacinas em massa nas américas do Sul e Central, defendendo que é necessário fortalecer a capacidade produtiva da região, ressaltando a necessidade de se explorar as competências específicas de forma complementar, dada a necessidade de altos investimentos em capacitações produtivas, e a contribuição dos processos de transferências de tecnologia para formação de competências e estabelecimento de infraestruturas.
“A transferência de tecnologia fornece o contato com novas plataformas e novos conhecimentos, permitindo que a gente desenvolva novas capacidades”, avalia Zuma. “É um processo muito difícil, pois precisamos ter experiências e instalações compatíveis com o transferidor, para sermos capazes de absorver aquela tecnologia”, explicou.
A transferência de tecnologia da vacina Covid-19 (recombinante) da farmacêutica AstraZeneca para Bio-Manguinhos também foi destaque no painel, devido ao recorde de tempo em que foi concluída, tendo contado também com um forte trabalho conjunto entre o instituto e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio do processo de submissão contínua dos pacotes de informações.
Zuma destacou ainda que o Brasil possui uma situação diferente dos outros países latinos, pois conta com duas grandes instituições governamentais produtoras de imunizantes: a Fiocruz e o Butantan.
Também fizeram parte do debate o diretor dos Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS/OMS, James Fitzgerald; o diretor da SINERGIUM Biotech, Fernando Lobos; e a especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da ANVISA, Maria Fernanda Reis e Silva Thees. O painel foi moderado pela diretora de Manufatura e Controles Químicos da Bill & Melinda Gates Medical Research Institute, Piper Trelstad.
Jornalista: Thais Christ
Imagem: Denise Lobo