gra portal mulheres cienciaNesta quarta-feira (8) comemora-se o “Dia Internacional da Mulher”, e também é uma oportunidade de Bio-Manguinhos/ Fiocruz celebrar a relevância das mulheres na ciência brasileira.

Embora sejam mais de 50% da população mundial, atualmente, apenas 28% dos pesquisadores de todo o mundo são mulheres, segundo o relatório "Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática", da Unesco.

Por estes dados é possível entender o motivo de apenas 17 delas ganharam o Prêmio Nobel em física, química ou medicina desde a primeira laureada, Marie Curie, em 1903. Já entre os homens, 572 foram agraciados com o Nobel nestas áreas, ou seja, 97% do total. As mulheres estão em apenas 3 de cada 10 ocupações em ciência, tecnologia, engenharia e matemática no Brasil, embora representem 44% da força de trabalho no país.

Mesmo em meio a tantas dificuldades da área, contaremos a história de brasileiras que fizeram história na ciência. Conheça suas trajetórias, trabalhos e descobertas:

Nise da Silveira (1905-1999)

Uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no Brasil, ela foi uma médica psiquiatra reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionando o tratamento mental no Brasil. Dedicou sua vida ao trabalho com pessoas com transtornos mentais, manifestando-se radicalmente contra as formas que julgava serem agressivas em tratamentos como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.

Maria Odília Teixeira (1884-1970)

Primeira médica negra brasileira, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1904 foi a única mulher entre os 48 alunos da turma. Pioneira, ela desmistificou questões ligadas ao racismo científico, e também lecionou obstetrícia na universidade que se formou.    

Bertha Lutz (1894-1976)

Foi uma cientista e bióloga especializada em anfíbios. Filha de Adolfo Lutz, referência da zoologia médica no Brasil, estudou na Universidade de Paris. Descobriu uma nova espécie de sapo e, em 1919, se tornou pesquisadora do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Para além da ciência, participou da Conferência das Nações Unidas em São Francisco, em 1945, onde lutou para que a igualdade de gênero fosse incluída na Carta das Nações Unidas.

Maria José Deane (1916-1995)

Foi uma médica parasitóloga paraense. Ela se formou na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, em 1937, e viajou o Brasil estudando doenças causadas por parasitas – ao lado do marido, também cientista. Na década de 1980, foi chefe do departamento de protozoologia da Fiocruz e, mais tarde, foi vice-diretora da instituição. Suas pesquisas contribuíram para a erradicação de epidemias causadas por parasitas, e melhoraram a saúde pública brasileira.

Elisa Frota Pessoa (1921-2018)

Elisa foi uma das primeiras mulheres a se formar em física no Brasil. Ela ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia – hoje UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) – contra a vontade de seu pai, que via no casamento o único destino para meninas como ela. Ainda estudante, começou a se destacar nos estudos sobre radioatividade, participou da fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, onde coordenou o Laboratório de Emulsões Nucleares e estudou na University College de Londres.

 

Jornalista: Maria Amélia Saad
Imagem: Freepik

 

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