PEQ saude 2023

Nos últimos três anos, testemunhamos avanços incríveis na ciência e na medicina em consequência da luta contra a pandemia de Covid-19. Para 2023, o cenário é ainda mais interessante, com a perspectiva de novas gerações de vacinas que podem representar tanto um próximo passo no combate à Covid-19 quanto a outras doenças, velhas inimigas.

Em busca de vacinas que possam barrar as transmissões de Covid logo em seu momento inicial, até o final de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) contava com mais de 170 ensaios clínicos de imunizantes com doses aplicadas pelo nariz ou garganta. O objetivo é dar imunidade às primeiras células que entram em contato com o vírus, o que, na teoria, impediria a proliferação do SARS-CoV-2 e sua consequente transmissão.

As novas vacinas nasais já foram aprovadas por Índia e China, mas ainda não há dados publicados sobre sua eficácia. A expectativa é que os primeiros resultados saiam em 2023. No Brasil, pesquisa da USP, coordenada pelo professor Jorge Kalil Filho, submeteu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) documentação que comprova a produção de lotes-piloto de um imunizante com esta plataforma. Este é um dos pré-requisitos avaliados pela agência reguladora para autorizar o início dos testes clínicos.

Outra plataforma promissora é a das vacinas com base em mRNA. A tecnologia permite a adaptabilidade do imunizante para diversas variantes e, inclusive, para outras doenças. Entre as enfermidades que podem ser combatidas tirando proveito deste avanço, estão malária, tuberculose, herpes genital, HIV, fibrose cística, câncer e vários tipos de doenças pulmonares, entre outras.

Bio-Manguinhos também possui um importante projeto baseado neste tipo de plataforma, com foco em Covid-19. Baseada na tecnologia de RNA auto-replicativo, a vacina desenvolvida por Bio expressa não somente a proteína Spike, mas também a proteína N, para uma melhor resposta imunológica. Além disso, essa tecnologia demanda menos necessidades produtivas, atingindo uma escala em termos de doses superior à de outras vacinas de mRNA, o que permite um custo inferior ao de outras vacinas semelhantes e possibilitando a ampliação ao seu acesso.

O projeto foi escolhido pela OMS para funcionar como centro para desenvolvimento e produção de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro na América Latina e tem previsão de início de testes clínicos ainda em 2023.

Jornalista: Thais Christ, com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e da BBC Brasil
Imagem: Bernardo Portella

 

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