PEQ kit NAT Diego DestroO Rio de Janeiro sediou a 10ª edição da Oficina Técnica Nacional - NAT Brasileiro, entre os dias 8 e 10 de novembro. O encontro reuniu especialistas, colaboradores de Bio e representantes dos 14 hemocentros do Brasil. Participaram da abertura Fabiano Romanholo Ferreira, Coordenador-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde e Mauricio Zuma, Diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz. O evento marcou o lançamento do Kit NAT Plus, desenvolvido pela equipe de Bio-Manguinhos e que chega para atender a sugestões de melhoramento contínuo do produto e da plataforma, feitas pela hemorrede. Agora o teste molecular permitirá a detecção do alvo Malária, reduzindo de 12 para um mês o período de inaptidão dos candidatos à doação de sangue que estiveram em áreas endêmicas, gerando maior oferta de sangue para o país.

Segundo Mauricio Zuma, a implantação do NAT Plus foi um desafio para o Instituto, desde o desenvolvimento, passando pelo recebimento dos equipamentos, até o treinamento da equipe que fará uso do teste, e a oficina desse ano chega para coroar todo esse processo. “A implantação dessa segunda geração do NAT é um orgulho para nós, do Instituto, pois além de todos os percalços que enfrentamos e só vencemos graças à união das equipes da Coordenação de Sangue, hemocentros e de Bio, estamos apresentando um produto que está acompanhando as novas tendências tecnológicas no diagnóstico molecular. Agora temos uma maior automação e reduzimos a plataforma para dois equipamentos de última geração, que possuem grande capacidade de processamento e melhorias na usabilidade, contando com softwares mais amigáveis para os profissionais da saúde. Além disso, o NAT Plus está trazendo para os bancos de sangue uma tecnologia de ponta que eleva a segurança transfusional e abre a possibilidade de incorporação de novos alvos no futuro”, salientou.

Fabiano Romanholo Ferreira também salientou a importância da parceria dentro da hemorrede para solução de intercorrências no decorrer da implantação da plataforma, bem como do desenvolvimento de tecnologia para melhorias no processo. “A experiência adquirida com o Kit NAT foi de extrema importância, não só para excelência do serviço prestado aos hemocentros, mas nos ajudou, também, no enfrentamento da Covid-19. Esse aprendizado trouxe uma série de lições que foram úteis para a implantação do NAT Plus, teste que nos tornou referência no mundo todo, pois graças a ele conseguimos garantir um sangue seguro para cerca de 3,6 milhões de bolsas/ano que coletamos no Brasil”, destacou.

Os aprendizados trazidos pela pandemia também foram lembrados por Alex Machado Campos, Diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na palestra de abertura ‘Desafios da Implementação de Produtos Inovadores para Saúde Pública no Âmbito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Insumos e Kits para Diagnóstico in vitro)’, que destacou que a Agência tem o papel de estimular a inovação na saúde, como no caso da produção de vacinas, kits de diagnóstico e produção de estratégias de garantia de saúde para a população. “A capacidade de inovação proveniente da Fiocruz ficou mais evidente durante a pandemia e se confirma a cada novo produto lançado, como está acontecendo agora com o NAT Plus, que chega trazendo avanços tecnológicos importantes, como garantia de qualidade, reações padronizadas, que detectam os quatro alvos em uma única rotina, controle interno de reação e controles positivos e negativos biosseguros. Essas novidades abrem portas para o Brasil, pois comprova a capacidade que o país tem de se vender internacionalmente, sem deixar de atender o público prioritário que é o SUS”.

O segundo dia apresentou, pela manhã, o painel “Doenças Infecciosas e Segurança Transfusional”, com palestras de José Eduardo Levi, do Laboratório de Virologia do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, Cassio Peterka, do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Luiz de Melo Amorim Filho, Diretor do Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio) e João Batista da Silva Júnior, da Gerência de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos da Anvisa. Na parte da tarde, o tema abordado foi “Eficiência da Triagem para Infecções Transmissíveis por Transfusão (ITT)”, moderado por Marcelo Addas Carvalho, da Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde e Hemocentro da Unicamp/Campinas e participação de Jacqueline Viana, da Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde.

Implantação do NAT Plus marcou 3º dia do evento
O terceiro e último dia, trouxe o tema “Implantação NAT Plus na Hemorrede Brasileira”, moderado por Rosane Cuber, Vice-diretora de Qualidade de Bio-Manguinhos, contou com a participação de Patrícia Alvarez, chefe do Laboratório de Tecnologia Diagnóstica de Bio, Marcelo Corrêa de Castro, da Divisão de Tecnologia da Informação do Instituto, Marcelle Bottecchia Coelho Branco, chefe da Divisão de Atendimento ao Cliente e Pós-Marketing de Bio e Alessandra Bógio, chefe da Divisão Comercial, também de Bio.

Marcelo Corrêa de Castro, chefe da Divisão de Tecnologia Diagnóstica de Bio, apresentou o software BioLaudos, desenvolvido por Bio-Manguinhos, e que possui interface com o sistema que integra os resultados em todos os hemocentros no país. “Esse software representa um grande ganho para as testagens, pois traz uma otimização na liberação dos laudos, visto que o próprio programa consolida as informações e gera o documento, não necessitando que o Janus, equipamento pipetador, faça isso. Isso torna o processo mais rápido e prático”.

A plataforma NAT Plus foi o tema abordado por Patrícia Alvarez, que explicou a importância da indicação do teste para uso em amostras de doadores de órgãos ou doadores falecidos em parada cardiorrespiratória, ampliando a segurança em transplantes. “O NAT plus possui diversos diferenciais, dentre eles a possibilidade do uso em amostras de doadores falecidos em parada cardiorrespiratória, que foi uma solicitação da Anvisa. Antes desse teste era impossível a utilização desse tipo de sangue”, explicou ela.

O kit NAT Plus traz diferenciais definidos em parceria com a CGSH e a hemorrede brasileira. Sua implantação foi iniciada pelo HEMORIO e ocorrerá de forma gradual em mais três hemocentros até o final de 2022, e nos demais ao longo do próximo ano, de modo a abranger os 14 hemocentros testadores do país. Os primeiros resultados foram liberados em novembro. Desde o início de 2011 até outubro/2022, todos os mais de 30 milhões de bolsas de sangue doadas na rede pública do Brasil foram testadas com o kit NAT brasileiro, fornecido pelo Instituto. Até o momento, Bio-Manguinhos entregou aproximadamente 1.300 reações do novo teste molecular.

Jornalista: Juliana Xavier
Imagem: Diego Destro

 


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