Bio-Manguinhos/Fiocruz esteve presente no 39º Congresso Brasileiro de Reumatologia (SBR 2022), que ocorreu de 7 a 10 de setembro, em Gramado (RS). O evento teve por objetivo reunir profissionais da área para debater o melhor cuidado aos pacientes portadores de doenças reumáticas. Representando Bio-Manguinhos no evento, estavam o diretor, Mauricio Zuma, e as médicas reumatologistas da Assessoria Clínica (Asclin), Amanda Marques e Carla Gottgtroy.

Zuma discorreu sobre a importância das parcerias público-privadas em uma conferência realizada dia 9 de setembro. Nesta ocasião, elogiou o evento, que contou com a participação do Instituto nos últimos anos. “Este evento de grande porte é essencial para nos aproximar e conscientizar os médicos principalmente com relação à segurança e eficácia dos biossimilares”, enalteceu.

O até então coordenador da Comissão de Biotecnologia da SBR, Valderílio Feijó, moderou a conferência e destacou os benefícios dos biossimilares e a atuação do Instituto. “É um privilégio e orgulho ter uma empresa de biotecnologia do porte de Bio-Manguinhos pronta para servir à população brasileira. A parceria com a SBR vai muito além de uma simples cooperação, mas, sobretudo, de um entrelaçar de amizades e interesses comunitários comuns”.

Em sua apresentação, Zuma mostrou como Bio-Manguinhos fomenta inovação através de todas as dimensões, seja através de transferências de tecnologia (TTs), pesquisa e desenvolvimento (P&D) e estudos clínicos e pré-clínicos. “As TTs aceleram o acesso a produtos estratégicos e obtemos um grande aprendizado tecnológico. Assim, conseguimos reduzir a dependência produtiva e tecnológica do país, além de fortalecer o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS)”, frisou.

O número de PDPs vem aumentando ao longo dos anos, oferecendo cada vez mais opções de tratamento para os pacientes reumatológicos atendidos pelo SUS. “Todos os registros nacionais de anticorpos monoclonais são resultados de PDPs. Isso demonstra o protagonismo das indústrias públicas nacionais e avanço das indústrias privadas nacionais”, apresentou o diretor.

Sobre as PDPs de Bio-Manguinhos, Zuma destacou o medicamento infliximabe, uma parceria com a Janssen e Bionovis. “Foi a 1ª PDP de biológico do país e é a que está em estágio mais avançado. Já descongelados os três primeiros lotes de trabalho e falta pouco para nacionalizar o IFA”, comemorou. O diretor também citou os outros produtos da linha reumatológica frutos de PDPs: adalimumabe, etanercepte, golimumabe, rituximabe e tocilizumabe.

Zuma enumerou os desafios da P&D no mercado brasileiro, que se concentra, predominantemente, em universidades e instituições públicas. “Há necessidade de parcerias entre os centros de pesquisa e tecnologia, universidades, empresas públicas e privadas. A ausência de um tecido produtivo em biotecnologia farmacêutica seria o primeiro obstáculo para a tradução das competências científicas em desenvolvimento de produtos inovadores”.

Também foi apresentado o futuro da inovação em Bio-Manguinhos, utilizando uma tecnologia autóctone (livre de royalties), que é a plataforma de RNA. “É uma plataforma muito versátil. O RNA é produzido da mesma forma para vacinas e biofármacos e a mensagem pode ser trocada da maneira que o desenvolvedor desejar”, explicou o diretor.

Parceria e representação na SBR

A área de Assuntos Médicos e Assistenciais da Asclin tem dado continuidade à parceria entre Bio-Manguinhos/Fiocruz e a SBR através de diferentes projetos, tais como o curso de Biotecnologia em 2021 que, em 2022, resultou na organização e editoração conjunta entre as entidades do livro “Biotecnologia na Saúde Humana”.

Esta parceria se iniciou em 2018, na gestão do presidente José Roberto Provenza, persistiu na gestão de Ricardo Xavier e, no 39º Congresso Brasileiro de Reumatologia, a parceria seguiu bem próxima na atual gestão de Marcos Loures. O resgate histórico, balanço das ações e formalização da continuidade desta parceria ocorreu em uma reunião, organizada pela área de Assuntos Médicos e Assistenciais, dentro do congresso. O encontro contou com a presença de Zuma, Valderílio Feijó, da nova coordenadora da Comissão de Biotecnologia, Fabiana Pompeu, além de Provenza, Ricardo Xavier e Marcos Loures. 

As médicas reumatologistas Amanda Marques e Helena Tupinambá (Asclin) foram escolhidas para comporem comissões da SBR no período 2022/2024, de Biotecnologia e de Políticas Públicas e Relações Institucionais, respectivamente. “Minha principal atuação na área é a integração de agentes promotores da saúde e formulação de ações focadas na melhoria do acesso do paciente no SUS. Também participo da formulação de contribuições da sociedade à consultas públicas na CONITEC e avalições de tecnologia em saúde”, explicou Helena.

Já a outra comissão tem como objetivo promover o estudo, a pesquisa e a difusão de assuntos relativos à biotecnologia, particularmente no âmbito da reumatologia. “Tem ainda, por missão, a orientação, o apoio com subsídios técnicos e a assessoria à autoridades nas questões pertinentes à biotecnologia e reumatologia, visando o bem estar da coletividade, bem como junto à população para promover o interesse pela especialidade; o estímulo e a promoção de publicidade junto à mídia visando esclarecimento sobre temas científicos e/ou polêmicos do ramo”, detalhou Amanda.

Jornalista: Gabriella Ponte
Imagem: Divulgação / Bio-Manguinhos

 

 

Parcerias em prol dos pacientes reumatológicos

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