O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde divulgou na última sexta-feira (19) orientação ao Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia – unidades da federação que fazem fronteira com a Bolívia – a administrarem a chamada “dose zero” da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, nas crianças com idades entre 6 e 11 meses — no Calendário de rotina, a primeira dose de tríplice viral é aplicada aos 12 meses.

De acordo com documento assinado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS-MS) na sexta, a medida é uma resposta preventiva após o PNI ter sido informado da existência de caso suspeito de rubéola ser notificado na cidade de Trinidad, na Bolívia.

Ainda segundo o texto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relata o expressivo declínio no número de casos notificados de rubéola entre 2012 e 2021, de 94.277 para 10.796. “Os países com o maior número de casos confirmados da doença em 2021 foram o Iêmen (2.371), Índia (1.675), China (845), Camarões (813) e África do Sul (770)”, informa o texto.

Manter uma conquista de 14 anos

As ações de aplicação da "dose zero" visam manter o Brasil, onde o último caso endêmico de rubéola ocorreu no ano de 2008, livre da doença. Em 2014 foi confirmado um caso importado no Estado do Rio de Janeiro, proveniente das Filipinas, sem que tenha havido a ocorrência de casos secundários.

Em abril de 2015, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) declarou as Américas como a primeira região do mundo a alcançar a eliminação da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita, sem transmissão endêmica da doença até o presente momento.

No ano passado, houve a confirmação de sete casos importados de rubéola, e em 2022, até a data de 23 de julho não havia registro de caso confirmado no continente. Aguarda-se a confirmação laboratorial do caso suspeito na Bolívia.

No Brasil, desde o registro do último caso de rubéola, o Ministério da Saúde mantém a mesma recomendação de “detecção de casos importados da doença e a realização das ações de vigilância e contenção, vacinação de rotina, bloqueio vacinal, bem como as ações de laboratório, na identificação dos genótipos virais”.

Ainda de acordo com o documento da SVS-MS, “no período de 2020 a 2022 – até a semana epidemiológica 28 – foram notificados, respectivamente segundo cada ano, 570, 321 e 230 casos de rubéola. Entretanto, após investigação clínica, epidemiológica e laboratorial, a maioria dos casos foram descartados e apenas 46 casos permanecem em investigação referentes o ano vigente, portanto, até o momento, mantem-se a condição de eliminação da doença no Brasil”.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Bernardo Portella.

 

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