rotavirus 8 2022O Rotavírus (rotavirose) é um dos principais agentes virais causadores das doenças diarreicas agudas (DDA), sendo a principal causa global de gastroenterite grave e desidratação em crianças menores de cinco anos e ocasionando a morte de até 200 mil crianças nessa faixa etária, anualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No entanto, não são só os pequenos que podem contrair a infecção, pessoas de todas as idades são suscetíveis ao rotavírus, que tem a gastroenterite, manifestação clínica, como o sintoma mais prevalente em crianças menores de cinco anos, já os recém-nascidos normalmente têm infecções mais leves ou assintomáticas.

Importante destacar que, se não tratada adequadamente, a rotavirose pode evoluir para complicações e quadros graves, que podem, inclusive, levar à morte. Uma pesquisa realizada pela FAPESP, mostrou que os índices atuais de cobertura de ao menos nove vacinas aplicadas em crianças, dentre elas, a do Rotavírus, estavam em 2021 de 23 a 39 pontos percentuais abaixo do que em 2015. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que a vacina seja administrada a pelo menos 90% da população infantil, só assim, torna-se possível atingir a chamada imunidade coletiva e proteger contra a enfermidade tanto as crianças vacinadas, quanto aquelas que não receberam os imunizantes.

Os sinais e sintomas clássicos do Rotavírus, principalmente na faixa etária dos seis meses aos dois anos, são as ocorrências repentinas de vômitos, na maioria das vezes, também podem aparecer, a diarreia com aspecto aquoso, gorduroso e explosivo, e febre alta. Importante destacar que, se não tratado adequadamente, o Rotavírus pode evoluir para casos graves, causando desidratação, febre e até levar à morte. O diagnóstico da infecção nos serviços públicos de saúde, ocorre a partir da coleta da amostra de fezes diante da suspeita, considerando-se todos os microrganismos capazes de causar doenças diarreicas agudas. Confirmado o resultado, inicia-se a intervenção que consiste em tratar o paciente por meio da reposição de líquidos e minerais, para prevenir ou corrigir a desidratação, e o manejo nutricional adequado. Não é recomendado o uso de antimicrobianos, antidiarreicos e antieméticos.

A transmissão da rotavirose, ocorre via fecal-oral (contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados, e propagação aérea por aerossóis) e é encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas. O período de incubação é de dois dias, em média, e a transmissibilidade máxima acontece entre o 3º e 4º dia a partir dos primeiros sintomas. Apesar disso, é possível detectar rotavírus nas fezes de pacientes mesmo após a completa resolução da diarreia. A prevenção da infecção ocorre através da administração da vacina para rotavírus humano (atenuada), disponibilizada por Bio-Manguinhos ao SUS, em crianças menores de seis meses.

O esquema de vacinação é de duas doses exclusivamente por via oral, sendo a primeira aos dois meses e a segunda aos quatro meses, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Em 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou que a vacina rotavírus fosse incluída em todos os programas nacionais de imunização. Importante frisar que o imunizante é contraindicado em casos de imunodeficiência, uso de imunossupressores ou quimioterápicos, histórico de doença gastrointestinal crônica, má-formação congênita do trato digestivo não corrigida, histórico prévio de invaginação intestinal ou histórico de hipersensibilidade a qualquer componente da vacina.

Outras ações de prevenção incluem práticas de higiene e consumo adequado de alimentos, tais como, lavar sempre as mãos antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular/preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais; lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de comidas, bem como protege-los e às áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guardar os alimentos em recipientes fechados); guardar a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita para evitar a recontaminação; não utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados; ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada.

Quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado; usar sempre a privada, mas se isso não for possível, enterrar as fezes sempre longe dos cursos de água; e manter o aleitamento materno (aumenta a resistência das crianças contra as diarreias), evitando o desmame precoce.

 

Jornalista: Juliana Xavier com informações do Ministério da Saúde, FAPESP e OMS. Imagem: Vanyazhdanya, Freepik.

 

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