Equipe do projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais realizou eventos, no Amapá e na Paraíba, para avaliar as primeiras ações e projetar ações de mobilização.

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) recebeu, nesta terça-feira (02), equipe que foi recepcionada pelo Reitor Valdiney Gouveia, pelos diretores dos Centros de Educação e de Ciências Humanas, Letras e Artes e pelos diretores da Escola Técnica de Saúde da UFPB.

Gouveia ponderou que tem havido uma redução da imunização em todo o mundo e é importante elevar novamente os índices. “A pandemia, o isolamento social em muito contribuiu com essa ausência das pessoas nos postos para se vacinar, provavelmente com medo do contato pessoal, e a gente precisa resgatar o índice elevado que o Brasil e o mundo tinham de cobertura vacinal e que hoje caiu bastante”, disse o Reitor.

Segundo ele, é preciso promover ações nas mais diversas áreas e contribuir com ações extensionistas e de ensino, de forma a estimular a vacinação. Ele ressaltou ainda que a UFPB tem envergadura para também contribuir com pesquisas científicas.

Coordenadora do projeto, Maria de Lourdes Sousa Maia afirmou que "a reunião possibilitou uma discussão rica e bastante oportuna sobre a importância de recuperarmos as taxas de cobertura vacinal e o papel fundamental da universidade, assumindo protagonismo. Hoje o Brasil tem pela frente grandes desafios e, sem dúvida, é fundamental a colaboração de todos os setores da sociedade para promover ações sinérgicas e coordenadas nas mais diversas áreas. Precisamos falar sobre vacinas e vacinação. Precisamos reconquistar altas taxas de cobertura. Precisamos mobilizar, precisamos dialogar com toda a sociedade e hoje vimos na fala de todos os presentes que este é um tema absolutamente fundamental. As ciências humanas têm muito a contribuir para a saúde pública brasileira.

Para a Diretora do Centro de Educação da UFPB, Profa. Adriana Diniz, a ideia é disseminar a importância e a necessidade de ampliar a cobertura vacinal. “São 20 tipos de doenças diferentes, constata-se a diminuição da cobertura vacinal no Brasil como um todo e eles vêm pedir à UFPB um engajamento ativo, em uma parceria, no sentido de levar essa informação para a sociedade, no sentido de comunicar, de educar, para que a gente possa contribuir na elevação da cobertura vacinal. O Centro de Educação se engaja nesse tipo de mobilização porque a gente entende que a Universidade é a casa da ciência, da educação e da comunicação, então é seu papel social”, disse a docente.

O diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), Rodrigo Freire de Carvalho e Silva, explicou que a Fiocruz, ao longo da história, vem cumprindo um papel central na pesquisa, na divulgação científica e na ação em prol da universalização da saúde pública no Brasil. “Muito do que são o SUS e o PNI hoje é resultado da ação da Fiocruz. Para nós das ciências humanas é muito importante poder atuar em articulação com tão importante instituição. No CCHLA já existem muitos grupos que fazem pesquisa e extensão em saúde com muita qualidade e, certamente, poderão se associar a esta rede proposta pela Fiocruz à UFPB”, afirmou.

Na avaliação de Akira Homma, também coordenador-geral do Projeto, “a reunião com o Reitor e os coordenadores dos centros de ciências humanas foi riquíssima, com o compartilhamento de experiências, preocupações e propostas que vão ao encontro da proposta do Projeto. A mobilização de todos os setores é crucial para aumentar as coberturas vacinais”.

Segundo ele, as taxas de cobertura vacinal no país vêm caindo e mais drasticamente nos últimos anos. “Para podermos voltar ao patamar que já tivemos no Brasil, precisamos pôr a mão na massa. A universidade tem um papel de extrema relevância para que informação e conhecimento cheguem a todos. Estamos muito satisfeitos pelo sucesso do nosso encontro. A Paraíba será um grande exemplo para a reconquista das altas coberturas no Brasil, a exemplo do que fizeram Vinícius da Fonseca e Guilhardo Martins para a Fiocruz e a retomada da produção de vacinas no Brasil na década de 70”, afirmou.

Também participaram da reunião o Professor da UFPB, Luciano Bezerra, que também integra a equipe do projeto, e a Diretora da ETS/UFPB, Profa. Soraya Franco.

Mobilização no Amapá

Na semana anterior, mais precisamente na quarta-feira (27/7), a cidade de Macapá (AP) foi sede do Encontro de Mobilização do projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais.

O evento aconteceu na Universidade Federal do Amapá (Unifap), e reuniu representantes de diferentes esferas e órgãos de governo, gestores, profissionais e conselhos de saúde, universidades, movimentos sociais, entre outros atores da sociedade civil.

Estiveram presentes no evento: a segunda secretária da SBIm, Flávia Bravo; a diretora do Departamento de Saúde da Família (DESF), Renata Costa, representando a Secretaria de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde (SAPS/MS); o superintendente Estadual do Ministério da Saúde (MS), Roberto Bauer; a superintendente de Vigilância em Saúde (SVS), Margarete Gomes; o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Amapá (COSEMS/AP), Marcel Menezes e o pró-reitor da Universidade Federal do Amapá, Cristiano Santos – representando o reitor da instituição, professor Júlio Sá.

O objetivo foi a criação de redes locais de comunicação e educação para apoiar a implementação das ações de enfrentamento dos problemas e riscos que as baixas coberturas vacinais estão provocando para a saúde pública.

Foram avaliadas as ações realizadas na primeira fase do projeto, ocorrida entre novembro de 2021 e junho de 2022, quando teve início a elaboração de Planos Municipais Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais em todo o estado, envolvendo coordenadores estaduais e municipais de imunizações, da atenção primária e profissionais das salas de vacinas. Essa segunda fase está voltada ao monitoramento e aprimoramento dos planos.

Para o Secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, é fundamental unir esforços e pensar em ações estratégicas para aumento da cobertura vacinal. “As baixas nas coberturas vacinais têm um reflexo na saúde pública. Apesar dos esforços do Ministério da Saúde em garantir que as vacinas cheguem em todo território nacional, não estamos conseguindo atingir bons índices de cobertura. Podemos rever as estratégias, mas o que não podemos aceitar é o retorno ao país de doenças que são podem ser evitadas pela vacina”, destacou.

Homma comentou a situação específica do Amapá. “Nos últimos anos, o Amapá apresentou baixa cobertura vacinal com alto risco para doenças graves, como os casos de sarampo que, infelizmente, foram notificados no estado. Por isso, estamos atuando prioritariamente nos 16 municípios do Amapá com nosso projeto”, completa.

 

Fonte: Aline Lins (UFPB) e MP-AP. Imagem: Angélica Gouveia.

 

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.