As Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) e a balança comercial do Complexo Econômico-Industrial da Saúde foram temas de duas reportagens do suplemento Setorial Saúde do jornal Valor Econômico, publicado em 30/06/2022, com participação do coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, Carlos Gadelha. Na reportagem sobre as PDPs, o jornal destaca, desde o título, que as parcerias fortalecem a indústria nacional e têm se tornado uma ferramenta para o seu desenvolvimento, em especial, no que diz respeito à produção de medicamentos, e que os acordos entre laboratórios estrangeiros e brasileiros transferem tecnologia, atendendo às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) – movimento que se intensificou com a pandemia de Covid-19.

O texto cita estudo de autoria de Gadelha, Daniela Fernandes e José Maldonado, também pesquisadores da Fiocruz, sobre o papel de produtores públicos de medicamentos e ações estratégicas na pandemia, publicado no início de 2022. O estudo citado destaca a importância das parcerias em relação à fabricação de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) e, com base em pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina e suas Especialidades (Abifina) e da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), sobre os IFAs fabricados no Brasil, aponta que, dos 124 insumos identificados, 15 (12%) estão listados em PDP.

"Apesar dos desafios políticos e de gestão enfrentados para a conclusão dessas parcerias, verifica-se que, em geral, proporcionaram a modernização ou a criação de plataformas tecnológicas e aprimoramento na capacitação dos profissionais desses institutos, tornando-os aptos a contribuir cada vez mais com a P&D nacional alinhada às necessidades do SUS”, aponta trecho do estudo, destacado na reportagem. “Constata-se que favoreceram a incorporação de medicamentos biológicos para alguns laboratórios farmacêuticos oficiais, como no caso de Bio-Manguinhos, que, por meio da PDP, deixou de ser um laboratório especializado apenas em vacinas, para a perspectiva de produção de medicamentos biológicos com tecnologias já maduras", analisam, ainda, os autores.

Já a reportagem Dependência ficou maior, tem como tema a balança comercial do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), “historicamente deficitária no Brasil”, que passou por mudança expressiva desde o início da pandemia, com “aumento da dependência internacional e correlata expansão do saldo negativo, que atingiu um recorde no ano passado”. O texto faz referência a um déficit de 18,6 bilhões de dólares em 2021, ante 14,1 bilhões de dólares no período anterior, destacando que os números incluem vacinas, IFAs, respiradores e anestésicos, e foram calculados por Carlos Gadelha, autor de série histórica sobre o CEIS e entrevistado pela reportagem.

“Ou temos política agressiva ou teremos cenário permanente de crise sanitária, sem bases mínimas para a soberania em saúde”, diz Gadelha no jornal. Mesmo itens relacionados a dispositivos médicos, como reagentes de laboratórios, luvas, sondas e equipamentos para cirurgia, que não envolvem tecnologia de ponta e altos investimentos em inovação, enfatiza o texto, vêm do exterior. “Quem apostou em investir em ventiladores durante a pandemia no Brasil, perdeu. O preço internacional despencou depois de um tempo e o governo passou a importar. Não havia mecanismo para dar sustentabilidade econômica à produção nacional”, afirma, ainda, Gadelha.

 

Acesse a reportagem Parcerias fortalecem a indústria nacional

Acesse a reportagem Dependência ficou maior

 

• Reportagens no Valor Econômico, de Mônica Magnavita (Balança Comercial) e Roberto Rochmann (PDPs), publicadas no suplemento Saúde de junho/2022, em 30/06/2022.

 

Fonte: CEE-Fiocruz. Imagem: Bernardo Portella.

 

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