O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou a realização – feita em 15 de junho de 2022 – da 32º reunião do Comitê de Emergência sob o Regulamento Sanitário Internacional tendo como pauta a disseminação internacional do poliovírus.

Na ocasião, o grupo revisou os dados sobre poliovírus selvagem tipo 1 (WPV1, na sigla em inglês) e os poliovírus circulantes derivados de vacinas (cVDPV, também na sigla em inglês) no contexto da erradicação global dos WPVs e término de surtos do cVDPV de tipo 2 até o final de 2023.

Além disto, o Comitê recebeu atualizações técnicas sobre a situação específica nos seguintes países: Afeganistão, República Democrática do Congo, Israel, Malawi, Palestina e Paquistão. Dois outros estados nacionais, Eritreia e Iêmen, encaminharam atualizações por escrito à reunião.

De acordo com comunicado da OMS após o evento, “o comitê estava muito preocupado com o fato de um segundo caso de WPV1 ter sido detectado em Moçambique, perto da fronteira com o Malawi, onde um primeiro caso havia sido detectado”.

A OMS informa ainda que a análise de sequenciamento genético dos dois poliovírus selvagens indica um único evento de importação, a partir da fronteira entre Paquistão e Afeganistão, para o sudeste da África.

“Estima-se que o evento de importação tenha ocorrido entre julho de 2019 – “exportação” do vírus a partir de território paquistanês - e dezembro de 2020 (data da ocorrência de contaminação no Malawi e em Moçambique)”, ressalta a Organização, antes de concluir que a pandemia da Covid-19 tenha impacto na determinação temporal desta ocorrência: “As severas restrições de movimento relacionadas a Covid-19 implementadas em março de 2020 no Paquistão e no Afeganistão significam que é menos provável que a exportação tenha ocorrido entre março e dezembro de 2020”.

Portanto, segundo investigação epidemiológica do Comitê, os vírus confirmados laboratorialmente em Malawi e Moçambique “evoluíram independentemente por cerca de 0,9 e 1,2 anos, respectivamente, até serem detectados pela primeira vez, sendo considerados vírus órfãos”.

Ainda de acordo com o Comitê, “a ausência de detecção de vírus WPV1 circulantes no Malawi e Moçambique entre 2019 e 2021 sugere lacunas de vigilância no sudeste da África. O cluster WPV1 original no sul da Ásia não é detectado lá desde dezembro de 2020”.

Ainda de acordo com o grupo, a certificação da África de “região livre da poliomielite” não foi afetada pelos casos, “uma vez que se deve à importação e não à transmissão endêmica”.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Grfxrf, Freepik.

 

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