Entre 7 e 10 de junho, a Cúpula Mundial da Hepatite 2022 ocorreu em Genebra, Suíça, para celebrar o fato de uma meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2020, reduzir a prevalência de hepatite B em crianças menores de 5 anos para menos de 1%, foi cumprida globalmente e na maioria das regiões da OMS.

O evento é uma audiência global que reúne a Organização Mundial da Saúde (OMS), seus estados-membros, instituições da sociedade civil e representações de pacientes dos 318 membros, localizados em 100 países, da Aliança Mundial da Hepatite.

“Além disso, o número de pessoas que recebem tratamento para hepatite C aumentou 10 vezes, para mais de 10 milhões”, atestou a Aliança no relatório final da Cúpula.

Por outro lado, o evento reafirmou o desafio de enfrentar a enfermidade que, globalmente, afeta mais de 350 milhões de pessoas com risco de vida. “Os ganhos obtidos foram desiguais em todo o mundo, com os mais impactados geralmente menos propensos a se beneficiar, e a maioria dos países não conseguiu cumprir as metas. Poucos bebês têm acesso à vacina contra hepatite B ao nascerem em muitos países, com menos de 10% de cobertura vacinal na África”, atesta a Aliança.

Diagnosticar para controlar - e tratar

Outra fonte de preocupação relatada no evento foi o controle das infecções e a prevenção em ambientes de saúde, que “precisa de melhorias adicionais... O estigma e a discriminação continuam a ser uma barreira para o diagnóstico”.

Segundo levantamento das organizações que formam a Aliança, consolidadas no Relatório da Cúpula, apenas 10% das pessoas sabem que vivem com hepatite B crônica e 21% com hepatite C.

No Brasil, uma das formas de controle das hepatites B e C é a testagem das bolsas de sangue utilizadas na Hemorrede, que utiliza o kit NAT produzido por Bio-Manguinhos/Fiocruz. Além das hepatites B e C, o kit de diagnóstico molecular também pode detectar a presença do vírus HIV, causador da AIDS, e o material genético do parasito Plasmodium, causador da malária.

Além das dificuldades com ao diagnóstico, a Aliança afirma que “menos ainda recebem tratamento, e o câncer de fígado relacionado à hepatite está aumentando exponencialmente. Além disso, as hepatites agudas A e E continuam a impactar a saúde das pessoas em todo o mundo”.

Os participantes da Cúpula Mundial, em comunicado, defenderam que “as novas Estratégias Globais do Setor de Saúde sobre HIV, hepatite viral e infecções sexualmente transmissíveis, 2022-2030, oferecem uma oportunidade para reorientar os esforços globais, acelerar a resposta e se comprometer novamente com a eliminação de hepatite viral até 2030”.

Para isto, defendem a adoção de “ações multissetoriais, que reconheçam a sociedade civil como parceira integral” e o financiamento de “programas abrangentes de hepatite para que todos, em todos os lugares, tenham acesso a prevenção, testes, tratamento e cuidados acessíveis”.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Ibrandify, Freepik.

 

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