Em 2022, até o final de abril, dois estados brasileiros registraram casos confirmados laboratorialmente de sarampo: Amapá e São Paulo. Até este período, compreendido entre as semanas epidemiológicas 1 e 17 do corrente ano, haviam sido notificados 578 casos suspeitos de sarampo no Brasil, dos quais 19 foram confirmados.

Até a publicação do Boletim Epidemiológico 20 – Volume 53 (Maio de 2022), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, 217 casos permaneciam em investigação e 342 haviam sido descartados.

No período avaliado, não ocorreram óbitos por sarampo no Brasil. Entretanto, destaca o material, em 2021 “foram registrados dois óbitos pela doença, no estado do Amapá, em bebês menores de um ano de idade”.

Esta faixa etária – a de crianças menores de um ano de idade – também representa o maior número de casos confirmados neste ano (10). O Boletim afirma que, “quando verificada a incidência por faixas etárias definidas nas estratégias de vacinação realizadas em 2019 e 2020, a maior incidência é observada no grupo etário de menores de 5 anos, com 1,90 caso por 100 mil habitantes”.

Por definição, as assim chamadas “semanas epidemiológicas” começam em domingos e terminam em sábados, e a primeira semana epidemiológica de todo e qualquer ano termina no primeiro sábado de janeiro, sempre que tenham se passado ao menos quatro dias do mês, mesmo que desta forma a “semana epidemiológica” tenha se iniciado nos últimos dias de dezembro do ano anterior.

No caso de 2022, a Semana Epidemiológica 17 foi encerrada no sábado 30 de abril.

Ainda de acordo com a publicação,

“Após os últimos casos da doença no ano de 2015, o Brasil recebeu em 2016 a certificação da eliminação do vírus. Nos anos de 2016 e 2017, não foram confirmados casos de sarampo no País. Em 2018 foram confirmados 9.325 casos da doença. No ano de 2019, após um ano de circulação do vírus do mesmo genótipo, o País perdeu a certificação de ‘País livre do vírus do sarampo’, dando início a novos surtos, com a confirmação de 20.901 casos da doença. Em 2020 foram confirmados 8.448 casos e, em 2021, 676 casos de sarampo foram confirmados”.

Vacinação

Para reduzir o risco de ocorrência de casos graves e óbitos por sarampo, o Ministério da Saúde adotou a estratégia de “Dose Zero” da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para crianças de 6 a 11 meses de idade em agosto de 2019.

Produzida por Bio-Manguinhos e distribuída aos postos de saúde de todo o país pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina tríplice viral é rotineiramente utilizada na imunização das crianças quando elas completam 1 na ode idade (vacinação aos 12 meses).

Por isto, a partir de 23 de novembro de 2020 o Ministério da Saúde suspendeu a estratégia de “Dose Zero” nos locais onde a circulação do vírus do sarampo foi encerrada, mas a manteve nos estados que continuam com a circulação do agente infeccioso.

Em 2022, foi iniciada em 4 de abril e permanece ocorrendo a 8ª Campanha de Seguimento contra o sarampo, estratégia de vacinação que tem como público-alvo as crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), e a Vacinação de Trabalhadores da Saúde.

Nos locais com circulação do vírus do sarampo, destaca o Boletim Epidemiológico,

“As crianças que receberam a dose zero da vacina tríplice viral entre 6 e 11 meses e 29 dias (dose não válida para fins do Calendário Nacional de Vacinação) deverão manter o esquema previsto: aos 12 meses com a vacina tríplice viral; e aos 15 meses com a vacina tetra viral, ou tríplice viral mais varicela, respeitando o intervalo de 30 dias entre as doses.”

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Bernardo Potrtella.

 

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