Uma nova atualização dos resultados obtidos pela vigilância sobre as linhagens e variantes do vírus Sars-CoV-2 no Brasil foi divulgada nesta sexta-feira (27/5) pela Rede Genômica Fiocruz. Os dados são relativos ao período que vai de 6 a 19 de maio. Como a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou recentemente uma nova classificação de amostras do Sars-CoV-2, o relatório da Rede Genômica Fiocruz apresenta uma tabela informativa com o novo tipo (chamada VOC-LUM, sigla que em inglês significa “linhagens de variantes de preocupação sob monitoramento”).

Os pesquisadores ressaltam que, segundo a OMS, estas linhagens são monitoradas como parte de suas VOCs parentais, até que haja suficientes evidências de que as características virais são substancialmente diferentes daquelas já conhecidas e associadas à VOC à qual pertencem. Caso surjam estas evidências, a Organização decidirá, após consulta ao TAG-VE (Terms of Reference for the Technical Advisory Group on Sars-CoV-2 Virus Evolution), se haverá a designação de uma classificação distinta para a variante emergente.

Ainda de acordo com os novos dados divulgados, as linhagens de Omicron BA.2.12.1, BA.4 e BA.5 foram reportadas pela primeira vez no Brasil na ultima quinzena. Os dados divulgados também mostram que a Rede Genômica Fiocruz, até o momento, produziu e enviou para as vigilâncias e laboratórios estaduais 678 relatórios, que continham um total de 43.737 genomas, número acima do previamente acordado com o Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde. Destes, 41.711 genomas foram depositados na base de dados EpiCoV do Gisaid pelas oito unidades de sequenciamento que operam na Fiocruz. Nas últimas duas semanas (até 19 de maio), as unidades da Fundação produziram 2.025 genomas.

Segundo a Rede Genômica Fiocruz, até o momento a OMS reconheceu 10 variantes de monitoramento prioritário, classificadas em quatro categorias: variantes de preocupação (VOC), variantes de interesse (VOI), variantes sob monitoramento (VUM) e linhagens de variantes de preocupação sob monitoramento (VOC-LUM). Estão em circulação apenas as VOCs Ômicron e Delta, sem circulação expressiva, em escala global, de nenhuma VOI.

Já foram caracterizadas mais mil de linhagens de Sars-CoV-2, mas apenas uma parcela destas tiveram e têm impacto significativo verificado na saúde pública durante a pandemia. O impacto delas ocorre devido a características como maior capacidade de transmissão e infecção, maior capacidade de escape de anticorpos ou uma combinação destas, características que podem estar presentes em outras linhagens e variantes e que, assim que detectadas, devem ser monitoradas com maior cautela e prioridade.

Os pesquisadores da Rede Genômica Fiocruz ressaltam a importância dos testes de inferência de VOCs por RT–PCR em tempo real, que são de grande importância por levarem a uma reflexão sobre a vigilância continuada em face das linhagens Ômicron. De acordo com os especialistas, “a manutenção da aplicação destes testes é de grande importância por permitir agilidade e custo reduzido para o monitoramento do avanço de sublinhagens Ômicron como a BA.2, que atualmente domina o cenário epidemiológico no Brasil. A importância destes protocolos é reforçada frente ao aumento de frequência das sublinhagens BA.4 e BA.5, uma vez que permitem a vigilância — ainda que menos detalhada — dos processos de competição e substituição entre estas diferentes variantes”. A Rede Genômica Fiocruz também divulgou mapas de aplicação de testes de inferência, o total de amostras testadas por estado e a porcentagem de possíveis VOC Ômicron por estado (média móvel semanal).

O Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), um dos pilares da Rede Genômica Fiocruz, promoveu treinamentos para as instituições parceiras. A iniciativa teve como destaque a apresentação da ferramenta EpiCoV do Gisaid, misturando encontros expositivos a módulos práticos. Mais de 100 profissionais foram treinados, incluindo representantes das vigilâncias estaduais.

Confira a relação completa de todas as instituições que integram a Rede Genômica Fiocruz que reúne especialistas de todas as unidades da Fundação no Brasil e também de institutos parceiros.

 

Fonte: Ricardo Valverde, da Agência Fiocruz de Notícias. Imagem:

 

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