A realização do 6th International Symposium on Immunobiologicals (ISI) entre 3 e 5 de maio permitiu a reunião e a troca de experiências entre Bio-Maguinhos e variados tipos de organizações, como instituições envolvidas no projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS) de criar uma rede de produtores de vacinas de RNA para a Covid-19 em países de baixa e média renda; representantes do Ministério da Saúde e intgranets de sociedades médicas e científicas.

Bio-Manguinhos recebeu, ao longo da semana do evento, a visita de representantes do PATH, do Medicines Patent Pool (MPP), da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), além das instituições argentinas (Sinergium Biotec and mAbxience) e sul-africana (Afrigen) que fazem parte do projeto de vacina de RNA.

O Instituto aproveitou a ocasião para organizar reuniões com os parceiros durante as quais desenhou estratégias para a realização dos estudos pré-clínicos e clínicos na fase atual do projeto, itens que serão apresentados para a agência regulatória brasileira (ANVISA) no início de junho.

Além disso, os representantes dos organismos internacionais visitaram as instalações laboratoriais e fabris de Bio-Manguinhos, quando puderam observar parte dos locais onde está sendo feita a implementação da plataforma de self-amplifying RNA.

O projeto da vacina self-amplifying RNA para COVID-19 de Bio-Manguinhos mereceu ainda destaque na programação do Simpósio e seu público, que englobou participantes de 20 nacionalidades. No primeiro dia de evento, uma Mesa Redonda apresentou os avanços na implementação e expansão da capacidade de desenvolvimento e produção de vacinas e outros biofármacos usando a nova plataforma.

Na mesa subsequente, discutiram as implicações regulatórias no desenvolvimento de novas vacinas pós-pandemia, com a participação das agências regulatorias do Brasil e da Argentina.

SCTIE e CEAF-MS marca presença

A secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério da Saúde, Sandra de Castro Barros, esteve presente na mesa de abertura da sexta edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI).

Sandra disse estar muito orgulhosa de estar representando o Ministério da Saúde no evento que marca os 46 anos de Bio-Manguinhos. Ela acha muito pertinente um evento internacional que estimula o desenvolvimento tecnológico e inovação. “Com este evento, Bio-Manguinhos tem o papel de difundir conhecimento científico para toda a América Latina no campo da biotecnologia. O Instituto atuou fortemente durante a pandemia da COVID-19 principalmente porque já havia adquirido conhecimento e estruturado plataformas tecnológicas para a produção dos biofármacos”.

Ela afirmou que o Ministério da Saúde apoia o fomento da ciência nacional e investimentos nesse ramo, o que levou o Brasil rapidamente a produzir uma vacina COVID-19 totalmente nacional, fortalecendo o Complexo Industrial e Econômico da Saúde (CIES). “A nacionalização desse imunizante foi um divisor de águas. Mostramos que, com o parceiro certo e com a união de esforços em todas as esferas, conseguimos alcançar esse marco estratégico no combate à doença”. E, a partir de agora, é importante continuar investindo. “Ainda estão em andamento várias pesquisas no âmbito da COVID-19, que estuda a eficácia da vacina, quantas doses são necessárias. Estamos imbuídos a avançar e tornar mais célere esses estudos, valorizando a ciência nacional”.

Segundo Sandra, é importante ressaltar a importância da parceria do MS com Bio-Manguinhos no desenvolvimento e produção de medicamentos estratégicos para o tratamento de doenças raras, crônicas e oncológicas. Ela comentou que a Fiocruz também desempenha um papel relevante na prevenção e tratamento das doenças negligenciadas e infecciosas. A secretária frisou que a pasta tem apoiado constantemente as Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) que tem envolvimento com Bio-Manguinhos. “Não estamos medindo esforços para dar celeridade às entregas dos medicamentos de alto custo para nossa população”, concluiu.

Além da Sandra Barros, estiveram presentes a coordenadora do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF/MS), Clariça Soares, Flavia Albuquerque e Danielle Piviroto, também do CEAF/MS. O grupo participou de uma reunião com a diretoria de Bio-Manguinhos e, posteriormente, visitou o Centro Henrique Pena e o Centro de Processamento Final, conhecendo de perto todas as etapas da produção da vacina COVID-19.

Sociedades médicas conhecem instalações fabris

Representantes de sociedades médicas participaram da sexta edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI). O grupo participou de uma reunião no qual identificou e compartilhou oportunidades com objetivo de aumentar o acesso da população aos recursos do SUS.

Estavam presentes Angelo Maiolino, médico hematologista e vice-presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH); e Susanne Crocamo, médica oncologista, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e pesquisadora do Instituto Nacional do Câncer. Estavam também colaboradores da Vice-diretoria de Desenvolvimento Tecnológico (VDTEC) e da Área de Assuntos Médicos e Assistenciais da Assessoria Clínica (Asclin), acompanhados da coordenadora Maria de Lourdes Maia.

Em sua fala, Angelo Maiolino, que também coordena os comitês de pesquisa e acesso medicamentoso da ABHH, ressaltou a terapia de celular com células CAR-T como inovação na área de Oncohematologia. Durante a reunião, ele sugeriu projeto para manufatura e controle de qualidade dessas terapias além de projetos de medicina de precisão, a exemplo de outros já em desenvolvimento no estado de São Paulo.

O gerente do Programa de Biofármacos, Hugo Defendi, falou sobre a riqueza da troca de Bio-Manguinhos com os profissionais da ponta em prol de unir e direcionar forças no desenvolvimento de tecnologias relevantes para os pacientes.

Suzanne Cocramos demonstrou interesse em projetos translacionais e colaborativos entre os pólos de pesquisa. Ela pontuou sobre as altas taxas de frequência de câncer de mama entre as mulheres brasileiras e que ações foram feitas para mudar estes dados são sempre muito impactantes. Suzanne comentou que, há pouco tempo, houve a liberação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) de Inibidores de CDK46 que inicialmente havia tido uma negativa e, após mobilização da Sociedade e do INCA, conseguiu-se um parecer positivo. Suzanne ressaltou que as medicações usadas para o tratamento do câncer de mama raramente se tornam completamente obsoletas.

Atualmente, sua grande preocupação, é o acometimento metastático de sistema nervoso central, uma vez que que não há muitas opções terapêuticas eficazes disponíveis no SUS. Neste cenário, ela afirmou que o ideal seriam as drogas de duplo bloqueio, combinadas, e que hoje já são vastamente utilizadas para esse propósito na medicina particular e em países desenvolvidos.

Por fim, o grupo visitou as instalações do Centro Henrique Pena (CHP), do Laboratório Físico-Químico (Lafiq) e do castelo Mourisco.

 

Jornalistas: Gabriella Paredes e Paulo Schueler. Imagem: Manuela Machado.

 

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