A importância da atuação de Bio-Manguinhos no enfrentamento às emergências de saúde pública foi um dos destaques da fala do Vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, durante sua apresentação no simpósio internacional “Emerging and Persistent Global Health Threats”, organizado pela Fiocruz e pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID-NIH).
Realizado entre os dias 24 e 25 de abril no hotel Prodigy, o simpósio foi um dos eventos satélite da XVI Reunião Nacional de Pesquisa em Malária (XVI RNPM), organizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e abordou temas como COVID-19, arboviroses, HIV/AIDS, meio-ambiente, epidemias e ações para a prevenção e o combate das mesmas.
Em sua fala, Krieger ressaltou que a Fundação atua desde a pesquisa básica até a produção de vacinas e medicamentos, apresentando o trabalho desenvolvido por Bio-Manguinhos. “O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) já enfrentou vários surtos desde a sua criação, da vacina para meningite à COVID-19”, contou.
Krieger ainda explicou que em 2021 foram entregues 253 milhões de doses de vacinas em geral ao Ministério da Saúde, sendo 153 milhões contra a COVID-19. “Hoje, temos mais de 11 vacinas no nosso portfólio e somos responsáveis por mais da metade dos imunizantes usados no Programa Nacional de Imunizações”.
Muito além da COVID-19, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, afirmou em mensagem de vídeo esperar que o simpósio, junto com a XVI Reunião Nacional de Pesquisa em Malária “traga uma grande contribuição para a pesquisa e reforce o papel das instituições científicas no enfrentamento das grandes questões sanitárias, que envolvem aspectos biomédicos, ambientais e sociais”.
Criador da vacina COVID-19 (recombinante) visita Bio-Manguinhos
Diretor do Jenner Institute, da Universidade de Oxford, e um dos desenvolvedores da vacina Oxford/AstraZeneca para COVID-19, o professor irlandês Adrian Hill também participou do simpósio organizado pela Fiocruz e pelo Niaid-NIH. Ele afirmou acreditar que, apesar dos 6 milhões de mortos registrados oficialmente, o número de vítimas da COVID-19 pode ser bem maior, devido à subnotificação. Hill criticou a desigualdade no acesso às vacinas no mundo e defendeu a busca de novos modelos de cooperação entre universidades e empresas de biotecnologia para o desafio da distribuição global.
O professor também aproveitou sua vinda ao Brasil para conhecer as instalações responsáveis pela produção da vacina no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos. Ele foi acompanhado pelo pesquisador da Fiocruz, Leonardo Carvalho, e o diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma.
Bio recebe visita do Instituto Pasteur
Entre os dias 11 e 12/4 ocorreu o workshop internacional Inovação por Empreendedorismo, promovido pela Fiocruz em parceria com o Instituto Pasteur, com o objetivo de apresentar os resultados de iniciativas de empreendedorismo das duas instituições e fazer um debate entre os seus pesquisadores.
Durante o evento, o vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Krieger, lembrou que a criação do Pasteur e da Fundação tiveram a mesma motivação. Krieger fez um retrospecto do papel da Fiocruz frente ao enfrentamento das arboviroses ao longo da sua história e lembrou da atuação da instituição no combate à febre amarela, na produção do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), e destacou os avanços no enfrentamento de doenças como zika, febre amarela, e mais recentemente a Covid-19. Citou ainda inovações tecnológicas como a plataforma de self-amplifying RNA que levou Bio a ser selecionado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como hub para o desenvolvimento e produção de vacinas com tal tecnologia para a América Latina.
O segundo dia do workshop foi presencial, no auditório de Bio, e na programação houve visitação dos representantes do Instituto francês aos laboratórios do Instituto.
Jornalistas: Paulo Schueler e Thais Christ, com informações da Agência Fiocruz de Notícias. Imagens: Pedro Paulo Gonçalves