Site pequena Alianca foto reproducao wikipédiaEm 2020, 2,7 milhões de crianças não receberam as vacinas necessárias para se manter saudáveis na Região das Américas ​​devido às interrupções nos serviços de saúde causadas pela pandemia, alertou a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pedindo o preenchimento de todas as lacunas na cobertura vacinal, incluindo contra a COVID-19.

“Enquanto trabalhávamos arduamente para proteger nossas populações da COVID-19, nossos programas de imunização de rotina foram severamente afetados”, afirmou Etienne durante o lançamento da 20ª Semana de Vacinação nas Américas em Roseau, Dominica. “Mas mesmo antes de a COVID-19 paralisar o mundo, a cobertura de vacinação de rotina caiu abaixo dos níveis ideais”, disse.

Segundo a diretora da OPAS, os últimos dois anos retrocederam quase três décadas de progresso na vacinação contra a poliomielite e o sarampo, criando um risco real para sua reintrodução. "Hoje estamos de volta aos mesmos níveis de cobertura vacinal de 1994, quando essas doenças ainda representavam uma séria ameaça para nossas crianças, famílias e comunidades", enfatizou.

Etienne alertou que, "se esta situação continuar, pagaremos um preço muito alto em perda de vidas, aumento da incapacidade e enormes custos financeiros".

Desde a introdução das vacinas contra a COVID-19 na região, há 15 meses, mais de 66% dos habitantes da América Latina e do Caribe foram totalmente vacinados. No entanto, esta conquista fundamental ainda não é suficiente. “Há um longo caminho a percorrer para garantir que todas as populações em risco recebam as doses de que necessitam para se proteger”, ressaltou a diretora da OPAS.

“O acesso desigual às vacinas contra a COVID-19 e a hesitação generalizada às vacinas revelaram lacunas preocupantes em nosso cenário regional”, afirmou Etienne, acrescentando que “este é um dilema que precisa ser resolvido o quanto antes”. Além disso, afirmou que a Semana de Vacinação nas Américas “é uma oportunidade para tirar dúvidas e divulgar os benefícios da vacinação”.

As Américas lideraram a erradicação da varíola, a eliminação da poliomielite, do sarampo e da rubéola e a introdução oportuna de novas vacinas, como a pneumocócica, contra o papilomavírus humano (HPV) e o rotavírus, entre outras. Neste ano, os países e territórios da região planejam imunizar cerca de 140 milhões de pessoas no âmbito da Semana de Vacinação, que completa 20 anos em 2022.

Semana de Vacinação nas Américas

O tema da Semana, celebrada entre 23 e 30 de abril, é "Você está protegido? Tome todas as vacinas", e convoca toda a população a checar seus calendários de vacinação e atualizá-los para se manter totalmente protegida.

"Esta Semana de Vacinação é uma oportunidade para melhorar as taxas de vacinação contra poliomielite, sarampo, rubéola, difteria e outras doenças preveníveis que caíram nos últimos dez anos", disse Carissa F. Etienne. "As vacinas funcionam e nos últimos 20 anos impediram que milhões adoecessem, fossem hospitalizados e até morressem. Por isso é essencial que todos tenham acesso.”

A taxa de cobertura com as três doses da vacina contra a poliomielite ficou em 82% em 2020 - a menor desde 1994. A taxa de cobertura regional contra sarampo, caxumba e rubéola (com a vacina MMR) foi de 87%, abaixo dos 93% registrados em 2016.

Enquanto isso, a cobertura regional para difteria, tétano e coqueluche (com a vacina DTP3) também caiu de 91% em 2016 para 85% em 2020. Todas essas taxas ficaram abaixo dos 95% recomendados pela OPAS para prevenir surtos.

"As vacinas continuam sendo nossa melhor proteção. Não podemos baixar a guarda", enfatizou Etienne. “Devemos intensificar os esforços para reverter essa situação e sabemos como fazer isso, nossa história de eliminação de doenças preveníveis ​​por vacinas comprova."

Com quase 1,8 bilhão de doses administradas na região em apenas 16 meses, a vacinação contra a COVID-19 é o maior programa de imunização da história. Quatorze países já atingiram a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 70% de suas populações até 30 de junho de 2022; 26 alcançaram cobertura entre 40% e 69%; e 11 permanecem abaixo de 40%. "O sucesso é possível quando trabalhamos juntos para adotar a vacinação", afirmou a diretora da OPAS, pedindo aos países que "aproveitem a Semana de Vacinação para alcançar os mais vulneráveis".

A região das Américas é referência global em imunizações. Em 1971, tornou-se a primeira região do mundo a eliminar a varíola. Em 1994, conseguiu certificar a eliminação da poliomielite; em 2015, acabou com a rubéola e a síndrome da rubéola congênita; em 2016, eliminou o sarampo; e, em 2017, o tétano neonatal.

A Semana de Vacinação nas Américas começou em 2003 como um esforço dos países da região para combater um surto de sarampo na Colômbia e na Venezuela. Nos últimos 19 anos, mais de um bilhão de pessoas de todas as idades foram vacinadas contra cerca de 20 doenças no contexto da iniciativa. Em 2012, tornou-se um movimento global quando a Assembleia Mundial da Saúde estabeleceu a Semana Mundial de Imunização.

 

Fonte: OPAS. Imagem: Freepik.

 

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