controle arbovirosesO trabalho realizado pelo Ministério da Saúde do Brasil para prevenção e controle das arboviroses – dengue, zika, chikungunya e febre amarela – ganhou destaque na reunião Global Integrated Arboviruses Initiative.

O evento foi promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 31 de março e a representação brasileira ficou a cargo do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), Arnaldo Medeiros.

Durante a ocasião, foram debatidos os potenciais epidêmicos e pandêmicos daqueles diferentes vírus transmitidos pelos mosquitos, além dos principais pilares defendidos pela Organização para enfrentar o aumento do risco de transmissão de arboviroses.

São eles:

• Monitorar e antecipar riscos;

• Reduzir o risco de epidemia local;

• Fortalecer o controle vetorial;

• Prevenir e preparar-se para pandemias; e

• Aprimorar a inovação e novas abordagens e construir parcerias.

O compromisso do Brasil com a iniciativa, o cenário epidemiológico brasileiro e as ações adotadas no País para a redução de doenças transmitidas por mosquitos foram abordados por Medeiros, que admitiu que a dengue é a arbovirose mais prevalente nas Américas, e o Brasil é o país que mais contribui com sua magnitude.

“Na série histórica dos últimos anos, foram observadas epidemias de dengue no Brasil – ultrapassando-se a marca de um milhão de casos – nos anos de 2010, 2013, 2015, 2016 e 2019. Contudo, novas arboviroses surgiram no cenário urbano nacional nos últimos anos, a exemplo do vírus chikungunya, que foi introduzido no Brasil no segundo semestre de 2014, e do vírus zika, no primeiro semestre de 2015”, salientou.

No mundo, a dengue está presente em 130 países, a chikungunya em 115, o zika em 89 e a febre amarela em 40. Para representantes da área da saúde de países que apresentam áreas com maior carga arboviral, maiores as áreas de risco e o surgimento de arbovírus. O secretário elencou alguns projetos que o Brasil vem desenvolvendo para o controle de arboviroses: mosquitos infectados pela bactéria Wolbachia; mapeamento de áreas de risco de doença transmitidas pelo Aedes aegypti com a iniciativa Arboalvo; projeto Inseto Estéril, que utiliza radiação para tornar o Aedes aegypti estéril; rede de pesquisas Replick para avaliação da doença chikungunya no Brasil; e monitoramento de informações nas redes sociais com a iniciativa InfoDengue.

“O Brasil vê a Iniciativa Global de Arboviroses alinhada ao seu conceito de vigilância, preparação e resposta às arboviroses e pretende trabalhar conjuntamente com os investimentos nas ações de qualificação da assistência aos pacientes em suas fases aguda e crônica”, afirmou Medeiros ao realçar que a abordagem integrada é o modelo adotado pelo Brasil para orientar suas políticas e ações de enfrentamento, em consonância com Resolução do Conselho Diretivo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Neste sentido, o Brasil trabalha em quatro pilares: promove abordagem integrada de prevenção e controle de arboviroses; fortalece os serviços de saúde em sua capacidade de diagnóstico diferencial e manejo clínico; avalia e fortalece a capacidade de vigilância e controle integrado de vetores; e estabelece e fortalece a capacidade técnica da Rede de Laboratórios de Diagnóstico de Arboviroses da Região das Américas (RELDA).

Integração

Medeiros lembrou que na perspectiva do Brasil, as políticas voltadas para impactar os determinantes de saúde – como pobreza, urbanização descontrolada, destinação de resíduos sólidos, abastecimento de água, entre outros – fazem parte da resposta ao enfrentamento das arboviroses. “Isso obriga o setor saúde a trabalhar articuladamente com os mais diversos setores da sociedade”.

Ao ressaltar que combate às arboviroses no Brasil é uma responsabilidade das três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS): federal, estadual e municipal, o secretário de Vigilância em Saúde reforçou que a colaboração e participação da população também é fundamental para a redução da transmissão das doenças e proliferação dos vetores. “Por isso, o Ministério da Saúde realiza ações de educação em saúde, incluindo campanhas anuais de mobilização, que contribuem para ampliar o engajamento de profissionais de saúde e de outros setores para a prevenção e o controle das arboviroses”, observou.

Ao definir seu modelo nacional de vigilância de arboviroses, o Brasil está alinhado à resposta global, com o plano de ação sobre entomologia e controle de vetores 2018-2023 e com a estratégia de gestão integrada para prevenção e controle da dengue na região das Américas.

 

Fonte: Ministério da Saúde. Imagem: Rodrigo Méxas e Raquel Portugal, Fiocruz Imagens.

 

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.