Um grupo de profissionais de Bio-Manguinhos envolvidos no projeto de vacina de RNA para Covid-19 esteve em evento na África do Sul na primeira semana de março para trocar experiências com os demais desenvolvedores selecionados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como hubs de desenvolvimento, produção e transferência de tecnologia do imunizante nesta plataforma.
Participaram do evento o vice-diretor de Desenvolvimento tecnológico, Sotiris Missailidis; a gerente do projeto, Patricia Neves; a chefe do LATIM, que abriga a plataforma de desenvolvimento de produtos RNA e de formulações lipídicas na VDTEC, Ana Paula Dinis Anobom; o especialista em Biologia Molecular, responsável pelo desenho do RNA, Haroldo Cid da Silva Junior; e a especialista no desenvolvimento das formulações lipídicas, Danielle Regina de Almeida de Brito e Cunha.
Organizado por OMS, OPAS e a Medicines Patent Pool (MPP), o encontro permitiu o treinamento hands on do projeto conduzido pela Afrigen, hub da África do Sul. “No caso de Bio-Manguinhos, nós já estávamos realizando os mesmos processos, sem que isto tenha reduzido a validade da troca de experiências e conhecimentos”, avalia a gerente do projeto, Patricia Neves.
“Durante a viagem, nosso grupo se dividiu para acompanhar às sessões, que ocorriam de forma simultânea. O grupo técnico se dedicou ao treinamento hands on e à troca de experiências com os colegas da Afrigen e da Sinergium Biotech (Argentina). Eu participei das reuniões de gerenciamento, de aspectos regulatórios e de controle de qualidade, e o Sotiris das reuniões de gerenciamento”, complementa Patricia.
De acordo com ela, o principal ponto positivo do encontro foi conhecer os demais participantes de outros hubs pessoalmente, contribuindo para o fortalecimento do trabalho em conjunto.
“Além do aprendizado conjunto, conversamos sobre a possibilidade de novos projetos. É muito importante a construção de parcerias Sul-Sul entre países de baixa e média renda, para garantir equidade na distribuição de vacinas”, atesta Patricia.
“Bio-Manguinhos tem real possibilidade de levar esta vacina candidata da bancada até a distribuição. Nosso projeto está avançado e é uma vacina original. O aprendizado conjunto no estabelecimento desta plataforma vai permitir que avancemos ainda mais rapidamente, já que esta é uma plataforma extremamente nova no mundo. O domínio desta tecnologia nos trará enormes benefícios futuros, para o desenvolvimento de outros produtos que atendam às necessidades do Brasil e também de outros países da América Latina”, finaliza a gerente.
Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Divulgação.