Bio-Manguinhos está utilizando a nanotecnologia em seus projetos de Desenvolvimento Tecnológico. É o caso, por exemplo, de todos os projetos que utilizam a plataforma de RNA.

A plataforma de RNA de Bio-Manguinhos, empregada em projetos de vacinas ou imunoterapias, vem sendo implementada no Laboratório de Tecnologia Imunológica (LATIM), que está diretamente ligado à Vice-Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico.

O Laboratório possui uma área de formulação, no qual pesquisadores do Instituto trabalham com a obtenção de lipossomas, um tipo de nanopartículas. Estas nanopartículas estão sendo utilizadas no projeto de vacina de RNAm para COVID-19, no âmbito da escolha de Bio-Manguinhos como hub da Organização Mundial da Saúde (OMS); como também em projetos para encapsulamento de RNA de interferência para câncer de mama.

“Temos outras colaborações e iniciativas e a tendência é que a plataforma de formulação seja cada mais requisitada para os projetos de desenvolvimento tecnológico. Inclusive a plataforma de formulações atenderá e está contida na estruturação de uma plataforma para vacinas de RNAm no Instituto”, afirma a pesquisadora Ana Paulo Ano Bom, chefe do LATIM.

Na tecnologia de RNAm, usada no projeto de vacina para COVID-19, é necessário que o material genético seja encapsulado em uma nanopartícula lipídica para a entrega do RNAm na célula, permitindo que a proteína e/ou antígeno seja produzida(o) pelo nosso organismo.

Ou seja, em relação ao projeto de vacina para COVID-19, serão produzidas várias cópias da proteína S e N do vírus SARS-CoV-2, e isto irá estimular o sistema imune a combater o vírus se o indivíduo for infectado pelo mesmo.

A plataforma se subdivide em uma parte para a obtenção de RNAm e outra de formulação contendo as etapas de produção e caracterização de lipossomas.

“Essa inciativa da plataforma teve início com o projeto da vacina de RNAm para COVID-19, após Bio-Manguinhos ter sido escolhida para participar como um hub da OMS para desenvolvimento de vacinas para países de menor acesso as vacinas. O projeto, coordenado pela Dra. Patricia Neves, está em fase pré-clínica e até o final do ano terá resultados dos ensaios em primatas não humanos. Após essa iniciativa, estão sendo discutidos outros projetos que poderão ser realizados nessa plataforma”, afirmou o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis.

Para além do RNAm, Bio-Manguinhos também trabalha com o RNA de interferência (RNAi), em um projeto que visa o tratamento de câncer de mama. O RNAi é utilizado para o silenciamento de genes-alvo em tumores de mama, necessitando de sistemas de delivery (nanopartículas) para ser entregue em uma célula. Essa ferramenta é utilizada em diversos estudos para imunoterapia em tipos de câncer.

O projeto, coordenado pela Dra. Ana Paula Ano Bom e pela Dra. Tatiana Tilli, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), usa diferentes RNAs de interferência encapsulados em lipossomas. A eficácia dos RNAs de interferência já foi comprovada in vitro e o projeto avançou em termos de preparo de formulações, caracterização das nanopartículas e ensaios funcionais. No momento, o Instituto realiza a finalização da prova de conceito in vivo no Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIENP).

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Macrovector, Freepik.

 

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