O Grupo de Líderes Globais sobre Resistência Antimicrobiana pediu a todos os países que reduzam a quantidade de resíduos antimicrobianos que são descartados no meio ambiente. De acordo com o colegiado, há necessidade de pesquisar e implementar medidas para descartar os resíduos antimicrobianos de alimentos, dos sistemas de saúde humana e animal, e também das instalações que fabricam os antibióticos, com segurança.

O Grupo inclui chefes de estado, ministros de governo e líderes dos setores privado e da sociedade civil. Criado em 2020 para acelerar a ação global contra a resistência antimicrobiana, o colegiado é copresidido pelas primeiras-ministras de Barbados, Mia Amor Mottley; e de Bangladesh, Sheikh Hasina.

O apelo à ação do Grupo de Líderes Globais informa que os antibióticos consumidos por seres humanos, animais e plantas estão sendo despejados no meio ambiente e nas fontes de água, incluindo nos lençóis freáticos, nos sistemas de escoamento e esgoto sanitário, e através disto chegando aos oceanos, espalhando organismos resistentes a medicamentos.

Tal realidade colabora para o surgimento e disseminação das chamadas “superbactérias”, aquelas resistentes aos vários tipos de drogas antimicrobianas, incluindo antibióticos, antifúngicos e antiparasitários, e prejudicar os organismos no meio ambiente.

“Reduzir a quantidade de poluição antimicrobiana que entra no meio ambiente é crucial para conservar a eficácia dos medicamentos antimicrobianos”, alerta o Grupo.

As drogas antimicrobianas são usadas nas medicinas humana e veterinária em todo o mundo, para tratar e prevenir doenças em humanos e animais, e também na produção de alimentos para promover o crescimento de animais saudáveis. Os pesticidas antimicrobianos também são usados na agricultura para tratar e prevenir doenças nas plantas.

O manejo atual destes produtos, feito de forma incorreta, gerou o aumento preocupante da resistência das superbactérias a algumas destas drogas, tornando as infecções mais difíceis de tratar. As doenças resistentes a medicamentos já são responsáveis por cerca de 5 milhões de óbitos humanos a cada ano. De acordo com relatório do Grupo, a crise climática também pode estar contribuindo para o aumento da resistência antimicrobiana.

De acordo com o colegiado, “sem ação, o mundo está se aproximando rapidamente de um ponto de inflexão em que os antimicrobianos necessários para tratar infecções em humanos, animais e plantas não serão mais eficazes. O impacto nos sistemas de saúde, economias, segurança alimentar e sistemas alimentares locais e globais será devastador”.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Haritonovstock, Freepik.

 

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