A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pede aos países das Américas que redobrem os esforços para vacinar crianças contra a poliomielite. A taxa de vacinação com as três doses da vacina contra a pólio ficou em 82% em 2020, a menor desde 1994, quando as Américas foram certificadas como livres da doença.

"A ameaça de reintrodução da pólio na região é real", disse Andrés de Francisco, diretor de Família, Promoção da Saúde e Curso de Vida da OPAS. "Não podemos retroceder. Evitar casos de poliomielite depende de ter uma população infantil altamente vacinada e uma forte vigilância da doença", acrescentou.

A poliomielite é uma doença altamente infecciosa causada pelo poliovírus. O vírus, que é transmitido principalmente pelo contato com fezes infectadas, pode afetar o sistema nervoso e causar paralisia das pernas ou braços. Em 1975, antes da imunização generalizada, cerca de 6 mil crianças ficaram paralisadas na região por causa da doença.

Em 2021, as Américas comemoraram o 30º aniversário do último caso de poliovírus selvagem na região. No entanto, se a cobertura vacinal não for superior a 95% em todos os municípios e comunidades, a poliomielite pode retornar à região e voltar a causar paralisia. Em 2020, 12 países registraram menos de 80% de cobertura para a terceira dose da vacina.

Durante a pandemia de COVID-19, muitos esforços de controle foram suspensos e estima-se que as taxas de vacinação continuaram em declínio, uma tendência que começou antes mesmo da emergência de saúde pública.

Em 17 de fevereiro, as autoridades de Malauí, na África, declararam um surto de poliovírus selvagem tipo 1 depois que um caso foi detectado em uma criança pequena na capital Lilongwe. O último caso de poliomielite no país foi notificado em 1992 e a África foi declarada livre da doença em 2020. A cepa viral detectada no Malauí está geneticamente relacionada a um poliovírus selvagem tipo 1 detectado em 2019 e 2020 no Paquistão, um dos dois países do mundo, junto com o Afeganistão, onde a pólio continua endêmica.

“O recente caso de poliovírus selvagem na África é um lembrete de que, quando o vírus continua a circular, as crianças de todo o mundo correm risco”, alertou Andrés de Francisco. “Os países devem fazer todo o possível para garantir que as Américas permaneçam livres da doença, incluindo alta cobertura vacinal, um sistema de vigilância sensível e um plano atualizado de resposta a surtos de poliomielite”, disse.

 

Fonte: OPAS. Imagem: Guido.

 

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