O Grupo de Colaboradores de Estudos "UNITY", da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicou a maior revisão sistemática - além da meta-análise - dos estudos padronizados de soroprevalência do vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19. O trabalho comprova que a quantidade verdadeira de pessoas infectadas em todo o mundo excede "em muito", nas palavras da OMS, o número oficial de casos relatados pelos países.

Desde a pandemia de influenza A (H1N1) de 2009, a OMS apoia a implementação de investigações soroepidemiológicas padronizadas "para facilitar comparações internacionais, abordar lacunas de conhecimento e informar medidas nacionais de saúde pública, especialmente em países de baixa e média renda". As principais iniciativas, como o Consórcio para a Padronização da Soroepidemiologia da Gripe (Consise, na sigla em inglês) e o Investigações e Estudos Especiais da Pandemia da Gripe IIPSS, na sigla em inglês), geraram o aprimoramento da preparação global contra ameaças respiratórias emergentes, caso da COVID-19.

Mais recentemente, a OMS desenvolveu os Estudos UNITY, conjunto de 10 protocolos padronizados para investigações soroepidemiológicas iniciais que podem ser adaptadas a qualquer configuração de coleta de dados sobre a pandemia da COVID-19.

Em dezembro de 2021, o UNITY publicou preprint da maior meta-análise global de estudos de soroprevalência de SARS-CoV-2, com dados de 92 países. Os principais resultados são:

- 26% da população global possuia anticorpos para SARS-CoV-2 em abril de 2021 (devido à infecção ou vacinação), sugerindo que a maior parte da população global permanecia suscetível à infecção naquele momento;

- A soroprevalência diferia por região: de 0,3% na região do Pacífico Ocidental a 57% em países de alta renda nas Américas;

- A soroprevalência diferia por idade: crianças com menos de 9 anos e adultos com mais de 60 anos eram menos propensos a soropositividade do que adultos de 20 a 29 anos; e

- os serviços de vigilância e os relatórios de COVID-19 subestimavam amplamente as verdadeiras extensões, seja de infecção ou de imunidade, com uma soroprevalência estimada de 34:1 na equação aobre os casos confirmados, no terceiro trimestre de 2020.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem:

 

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