combate global malariaOrganização Mundial da Saúde (OMS) divulga Relatório mundial da malária 2021, o primeiro a circular após a existência de uma vacina aprovada para a doença.

Em carta aberta endereçada aos parceiros globais na estartégia de controle da doença, o diretor do Programa Global da OMS para a Malária, Pedro Alonso, afirmou que: 

"Nos primeiros dias da pandemia, a OMS emitiu uma chamada urgente aos países para garantir a continuidade dos serviços que previnem, detectam e tratam a malária para todos os necessitados. Juntamente com os parceiros, desenvolvemos orientações para apoiar os países em seus esforços para realizar intervenções críticas contra a malária com segurança no contexto da COVID-19".

Ainda de acordo com Alonso, "por meio de ações vigorosas de países onde a malária é endêmica, o pior cenário - uma duplicação das mortes por malária na África Subsaariana - foi evitada".

O relatório, no entanto, apresenta dados ainda críticos. Em 2020, na comparação com 2019, subiu em 14 milhões o número de pessoas que contraíram malária e em cerca de 69.000 as mortes adicionais por causa dela. Cerca de dois terços das mortes a mais que as verificadas em 2019 (cerca de 47.000) estão relacionadas à interrupções na prestação de serviços de malária durante a pandemia.

"O mundo estava fazendo um bom progresso contra a malária nos primeiros 15 anos deste século. A incidência global de casos (casos por 1.000 pessoas em risco) e a taxa de mortalidade (mortes por 100.000 pessoas em risco) caíam 27% e 51%, respectivamente, entre 2000 e 2015. Desde então, houve estabilização. Em 2017, a taxa de incidência de casos subiu e o declínio na taxa de moralidade estagnou. Em 2020, 24 nações realmente viram mais mortes por malária do que em 2015", atesta a OMS.

Primeira vacina é recomendada

Um ponto positivo é que, em outubro de 2021, a OMS recomendou o amplo uso de uma vacina para crianças que vivem na África Subsaariana, e em outras regiões, onde as taxas de transmissão de malária por P. falciparum são de moderadas a altas. A recomendação foi baseada em uma revisão do pacote completo de evidências sobre a vacina, incluindo resultados de um programa piloto coordenado pela OMS que atingiu mais de 830.000 crianças em 3 países africanos desde 2019.

"Até o momento, o programa piloto mostrou que a vacina é segura, tem impacto substancial na saúde pública e é altamente econômica. É o maior estudo de implementação já realizado pela OMS", indica o relatório. 

"Se for amplamente introduzida, estimamos que a vacina pode salvar entre 40.000 e 80.000 vidas jovens todos os anos. Acabamos de testemunhar o rápido aumento da oferta de vacinas contra a COVID-19, seguras e eficazes, em muitas partes do mundo. Crianças em risco de malária merecem o mesmo nível de urgência", defendeu Alonso.

A OMS acredita que a demanda por esta vacina seja alta "e o fornecimento em curto e médio prazo será limitado", nas palavras da OMS. A capacidade atual de produção da mesma é de 15 milhões de doses por ano, enquanto a demanda é estimada em mais de 80 milhões de doses anuais.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Rodrigo Mexas, Fiocruz Imagens.

 

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