vacinas hpvA SBIm é uma das parceiras da campanha “Câncer por HPV: o Brasil pode ficar sem”, realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida. O objetivo da iniciativa é conscientizar a população, em especial adolescentes e familiares, quanto à importância da vacinação contra o HPV.

O projeto inclui o “Simpósio Nacional Câncer por HPV: o Brasil pode ficar sem”, online, no dia 9 de dezembro. Participam, entre outros, Juarez Cunha, presidente da SBIm; Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da SBP e diretor da SBIm; Patricia Blanco, presidente do Instituto Palavra Aberta; e François Uwinkindi, médico epidemiologista, que atuou na coordenação do bem-sucedido programa de imunização de meninas em Ruanda. Inscreva-se.

Além disso, no dia 10 de dezembro, o monumento do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, receberá uma iluminação especial para marcar os primeiros dias de atividades e divulgar a proposta de criação do Dia Nacional de Luta Contra o HPV.

Também apoiam a campanha as sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI), pela revista Pais & Filhos e pelo Instituto Palavra Aberta, criador do Educa Mídia.

“Buscamos alertar os adolescentes e seus familiares sobre a necessidade da imunização, para que possamos reduzir drasticamente no Brasil a incidência dos cânceres causados por HPV, em especial o câncer de colo do útero. A ampla cobertura vacinal é fundamental para mudar o cenário da doença no país”, destaca Marlene Oliveira, presidente do LAL e idealizadora da campanha.

O HPV

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é causador de diversos tipos de câncer, com destaque para o de colo do útero. De acordo com o Global Cancer Observatory, da OMS (Organização Mundial da Saúde), anualmente são diagnosticados mais de 17 mil casos de câncer de colo do útero no Brasil, que causa mais de 9 mil mortes e. As mais afetadas são as que estão na faixa etária dos 50 anos, que desenvolvem a doença por não terem tido a oportunidade de receber a vacina.

A melhor forma de prevenção são as vacinas, oferecidas gratuitamente pelo PNI para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, mulheres imunossuprimidas – com o sistema imunológico fragilizado por HIV/Aids, transplantes e cânceres – de 9 a 45 anos e homens imunossuprimidos entre 9 e 26 anos. Pessoas de outras idades dentro da faixa de licenciamento podem se vacinar nos serviços privados de imunização.

“A população sempre esteve ávida pela descoberta de uma vacina contra o câncer e não se atenta que já existe uma para vários tipos de tumor e, além de tudo, é oferecida gratuitamente pelo nosso PNI (Programa Nacional de Imunização). A vacina HPV é capaz de proteger contra várias doenças causadas pelo vírus, como verrugas genitais, câncer de vulva e vagina, de pênis, ânus, orofaringe e boca”, completa Marlene.

Falta de procura

Infelizmente, as coberturas vacinais estão baixas no Brasil. Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2020, a primeira dose da vacina HPV, cuja meta é de 80%, foi aplicada em cerca de 70% das meninas de 9 a 14 anos e em pouco mais de 40% dos meninos de 11 a 14 anos. Na segunda dose, os índices foram de aproximadamente 40% e 30%, respectivamente.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para Infância, a baixa adesão passa pela consciência limitada do benefício das vacinas em algumas comunidades, combinado com baixas taxas de alfabetização e barreiras de gênero ou crenças socioculturais. O órgão ainda ressalta que a hesitação vacinal pode levar ao atraso na aceitação ou recusa das vacinas, apesar da disponibilidade, e é uma preocupação crescente, especialmente em segmentos da população que têm acesso a informações nas redes sociais, bombardeadas por fake news.

“Países como a Inglaterra e a Austrália, que conquistaram altas coberturas vacinais entre os adolescentes, registram queda na incidência de câncer de colo do útero. Na Inglaterra, já foi verificada uma redução de 87% dos casos, sobretudo em mulheres vacinadas na adolescência. A vacina HPV é comprovadamente segura e eficaz na prevenção das infecções pelo papilomavírus humano, das verrugas genitais às lesões precursoras dos cânceres associados a esse vírus”, afirma Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri acrescenta que “a vacinação contra o HPV é a medida mais efetiva no combate ao câncer do colo do útero”. O médico também destaca que a SBP recomenda enfaticamente a vacinação de todos os adolescentes. “A probabilidade de infecção por HPV em algum momento da vida é de 91,3% para homens e 84,6% para mulheres. Mais de 80% das pessoas de ambos os sexos contraem o vírus, antes dos 45 anos de idade. Portanto, vacinar é de grande importância”, defende.

François Uwinkindi, gerente do Programa de Doenças Crônicas Não transmissíveis do Ministério da Saúde de Ruanda e um dos convidados do Simpósio Nacional Câncer por HPV: o Brasil pode ficar sem, coordenou a implantação da vacina HPV para meninas no país africano, em 2011. Atualmente, a cobertura em Ruanda supera os 90%. O sucesso da empreitada, destaca Uwinkindi, foi a vontade política e, consequentemente, o apoio de diversos setores. A campanha envolveu, além do Ministério da Saúde, os ministérios da Educação e da Promoção da Família.

 

Fonte: SBIm. Imagem: Vectorjuice, Freepik.

 

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