Bio-Manguinhos participou, mais uma vez, de reuniões internacionais anuais que tratam sobre demandas de vacinas para contribuição com a saúde pública global: o EYE Strategy Annual Meeting 2021, que tem como foco a eliminação de epidemias de febre amarela, em outubro; e o ICG Meeting , para febre amarela e meningites, em setembro.

No encontro EYE Strategy foram discutidas questões estratégicas de apoio aos países sob risco de febre amarela, envolvendo os objetivos de proteção das populações, prevenção da disseminação internacional da doença e contenção de surtos. Houve também amplo debate sobre os impactos da pandemia da COVID-19 nas campanhas de imunização contra a febre amarela nos países da África e das Américas.

Além de representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Aliança Global de Vacinas (Gavi) e Médicos Sem Fronteiras (MSF), participaram os fabricantes pré-qualificados pela OMS para a vacina de febre amarela - Bio-Manguinhos/Fiocruz; Chumakov Institute; Sanofi Pasteur e Institut Pasteur Dakar. A participação dos produtores é tida como fundamental, uma vez que uma das competências de sucesso da estratégia é o abastecimento de vacinas a preços acessíveis, dentro de um mercado sustentável.

O encontro do ICG (International Coordinating Group on Vaccine Provision), teve como foco a manutenção de estoques de vacinas de febre amarela e meningites e de alguns outros insumos, para garantir resposta rápida em situação de surtos, reuniu representantes das agências membro – OMS, Unicef, Médicos Sem Fronteiras e Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, assim como Gavi e laboratórios produtores de vacinas.

Estes eventos, liderados pela OMS, apresentaram atualizações dos cenários epidemiológicos e discussões técnicas relevantes para tais agravos, além de possibilitarem que os produtores mundiais compartilhem dados relacionados às capacidades de fornecimento e colaboração com a manutenção de estoques estratégicos de vacinas.

Cenário internacional e atuação de Bio

Em ambos os eventos o Instituto foi representado pelas gestoras do Departamento de Relações com o Mercado (Derem) e da Divisão Comercial (Dicom/Derem), Tatiana Sanjuan e Patricia Santana, respectivamente, e pelos analistas da Seção Internacional (Seint/Dicom), Anne Caroline Bomfim e Daniel Portella, que atuam na linha de frente das exportações de Bio.

“Esses encontros são muito relevantes para o fortalecimento do papel do Instituto, no cenário internacional, para a saúde pública, assim como na prospecção de novas oportunidades comerciais, para o portfólio da unidade”, ressaltou Patricia.

Já há ações em andamento, por exemplo, para pré-qualificar, junto à OMS, a vacina dupla viral (sarampo e rubéola) desenvolvida no Instituto, imediatamente após a obtenção do registro pela Anvisa, com a consequente disponibilização da vacina para o mercado internacional prevista para se iniciar no ano 2024.

Com relação à febre amarela, a OMS continua estimando uma demanda anual de cerca de 200 milhões de doses – quantitativo que não deve se reduzir, consequência do desmatamento e do aquecimento global.

“Durante o EYE Meeting essa temática foi abordada e a OMS compartilhou seu objetivo de reunir especialistas para discussões visando o combate às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, com potencial epidêmico e pandêmico. O intuito é definir estratégias e apoiar o grupo de trabalho, estabelecendo sistemas de rastreabilidade e diagnóstico para zika, dengue e chikungunya nos países”, comentou Patricia.

Neste fórum, a Dicom apresentou os Planos de Produção e Projetos de Melhoria da vacina Febre Amarela, como aumento da capacidade produtiva de lotes para ambas as apresentações (5 e 10 doses); redução no leadtime de produção; retirada de antibióticos da formulação da vacina, em adesão à campanha da OMS; e desenvolvimento da apresentação 2 doses, que possibilitará a redução de perdas no campo.

Além disto, a oferta do Instituto aumentará, em relação ao ano de 2021: até a primeira semana de novembro, foram exportados aproximadamente 5,5 milhões de doses da vacina febre amarela e a previsão, para o ano de 2022, é elevar o fornecimento internacional para cerca de 20 milhões de doses desta vacina.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Bernardo Portella. 

 

 

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