A 22ª reunião anual da Rede de Produtores de Vacinas dos Países em Desenvolvimento (DCVMN) foi realizada virtualmente, tendo como sede a Cidade do Cabo, na África do Sul, de 19 a 21 de outubro. Com o tema “Vacinas: novos desafios, novos paradigmas, novas oportunidades!”, o encontro teve a participação do diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, na sessão “Fórum dos CEOs: visão 2030”, com outros seis CEOs de outros laboratórios.

Mauricio falou do estabelecimento da produção da vacina COVID-19 em Bio, citando a parceria com a AstraZeneca que, na data, já havia possibilitado entregar mais de 110 milhões de doses ao Ministério da Saúde, assim como iniciar a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional por meio da transferência de tecnologia. “Foi e continua sendo um desafio muito grande para nós internalizar rapidamente a tecnologia da vacina COVID-19 e escalonar a sua produção em poucos meses, apoiando o Ministério da Saúde nas ações de enfrentamento à pandemia por meio da imunização da população”.

Ele também citou os projetos para desenvolvimento de uma vacina própria por Bio-Manguinhos, com destaque para a de RNA mensageiro, que se encontra em estágio pré-clínico e que resultou na escolha do Instituto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como centro para desenvolvimento e produção da vacina com esta tecnologia inovadora. “Temos o apoio da OMS para desenvolvermos mais rapidamente a nossa vacina mRNA com o intuito, também, de fornecer a outros países da América Latina, permitindo aumentarmos a equidade mundial no acesso a vacinas. Não estamos focando apenas em uma estratégia, como a transferência de tecnologia. Precisamos de mais produtos de qualidade e em maior quantidade para protegermos a população de outros países também, que não têm essa capacidade produtiva”, afirmou.

Já no dia 26 de outubro, o vice-diretor de Gestão e Mercado, Artur Couto, que também é o atual presidente da Alfob (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil), participou de um seminário realizado pela Alfob, Grupo Farmabrasil e Interfarma, sobre transferência de tecnologia. Artur abriu o encontro, que foi realizando de forma on-line. “Trata-se de um tema extremamente importante para a indústria nacional e internacional. É preciso estimular esse debate e revisitá-lo de tempos em tempos, principalmente com atores relevantes neste cenário como os que temos aqui hoje. É uma questão que impacta a cadeia produtiva, que tem ajudado muito a indústria”.

Cabe destacar que os processos de transferência de tecnologia fazem parte de uma política estratégica para o Sistema Único de Saúde (SUS) que objetiva, em primeira instância, ampliar o acesso da população a produtos estratégicos mediante a racionalização do poder de compra do Estado para diminuição da vulnerabilidade do SUS e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade tecnológica da saúde pública, estabelecendo as condições para o aumento da capacidade produtiva e de inovação do país.

 

Jornalista: Rodrigo Pereira. Imagem: Freepik.

 

 

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