Enquanto ocorre em Glasgow a cúpula do clima COP26, o subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, advertiu que os países devem aproveitar as lições aprendidas durante a pandemia de COVID-19 para se preparar para o impacto das mudanças climáticas e prevenir futuras crises. "A pandemia ofereceu um retrato de como estamos despreparados para um evento tão perturbador", afirmou Barbosa durante a coletiva de imprensa semanal da Opas.

Muitos dos sistemas de saúde da região têm lutado com o impacto da COVID-19. Os países devem agora tomar medidas urgentes para se preparar para as implicações à saúde de uma crise climática potencialmente mais prolongada.

Altas temperaturas, eventos climáticos extremos e poluição levaram ao aumento das doenças cardiovasculares e respiratórias, bem como das doenças transmitidas por vetores, como zika e Chagas. A temporada de dengue também aumentou devido ao clima mais quente e úmido.

Um aumento na escala e frequência de incêndios florestais e secas na região também está ameaçando os meios de subsistência e levando ao aumento da insegurança alimentar.

"Os cientistas há muito nos alertam que, se não forem abordadas, as mudanças climáticas transformarão nosso meio ambiente, nossos sistemas alimentares e nossas condições de vida, todos com consequências potencialmente devastadoras para nossa saúde”, ressaltou Barbosa. “Hoje temos a oportunidade de aproveitar as lições da pandemia de COVID-19 para prevenir crises futuras e fortalecer nossa capacidade de responder quando elas chegarem”, acrescentou o subdiretor da Opas, celebrando o foco na saúde na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática deste ano, conhecida como COP26.

Anteriormente à cúpula, a Opas lançou uma agenda para as Américas sobre Saúde, Meio Ambiente e Mudança Climática, para fornecer aos países um plano de ação para enfrentar os riscos impostos pela mudança climática à saúde das Américas.

O plano descreve três linhas de ação, todas baseadas nas lições aprendidas com a resposta à pandemia na região:

- Os setores de saúde, sociopolítico e econômico devem trabalhar juntos para construir planos de preparação integrados que abordem os impactos de emergências climáticas sobre a saúde.

- Os países devem investir em seus sistemas de saúde para garantir que tenham pessoal, capacitação e recursos para enfrentar os riscos climáticos futuros.

- O próprio setor da saúde deve ser parte da solução, abordando sua própria contribuição para as emissões de gases de efeito estufa. Isso pode ser alcançado construindo instalações mais verdes e reduzindo as emissões nas instalações de produção, transporte e nos próprios centros de saúde.

 

Fonte: Opas. Imagem: Freepik.

 

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